Médico pede maconha para paciente, o agride e morde PM durante prisão no PR
Um médico foi preso em flagrante após pedir maconha para um paciente e o agredir durante um atendimento na cidade de Inácio Martins (PR), a 200 km de Curitiba.
O que aconteceu
Durante a consulta em uma unidade de saúde municipal, o médico, 29, teria perguntado ao paciente, 21, se ele teria maconha para fornecer. Na sequência, segundo o boletim de ocorrência, o profissional cutucou a barriga do homem fortemente com os dedos. Caso aconteceu no último domingo (1º).
Incomodado, o paciente decide sair do consultório com a mãe, que o acompanhava. O médico, no entanto, o agarrou pelo braço na saída e rasgou sua camisa: ''Vamos conversar de homem para homem, seu maconheiro'', teria dito, segundo relato do paciente aos policiais.
O suspeito teria ainda chamado a mãe do paciente de ''gorda filha da puta''. A mulher caiu de joelhos no chão ao tentar impedir que o médico entrasse no carro do filho.
Médico subiu no capô do veículo do paciente. O homem deu partida no carro, e andou por cerca de 100 metros, até a prefeitura do município.
O médico fazia atendimentos usando tornozeleira eletrônica, segundo o delegado Rafael Rybandt. Ele usava monitoração por crimes de desacato, resistência, desobediência, perturbação do trabalho e sossego alheios ocorridos em janeiro de 2024 em Curiúva.
Injúria racial e agressões contra policiais
Acionada pela vítima, a Polícia Militar foi até o local. Segundo a corporação, o médico estava com o ''estado mental alterado'' e se negou a ir até o pronto atendimento para conversar sobre as denúncias recebidas.
Médico teria chamado um dos policiais de ''índio inútil e cotista''. Ele continuou com as ofensas, o chamou de ''gente do norte sem vergonha'' e o ameaçou dizendo que iria ''enfiar uma flecha em sua cara''. Outro agente também foi ofendido com xingamentos de ''porco e policial de merda''.
O suspeito foi levado até a viatura enquanto dava chutes e socos na equipe. A PM relata que, no momento que as algemas foram colocadas, o médico mordeu duas vezes o braço esquerdo de um dos policiais.
Prisão em flagrante foi convertida em preventiva
A Polícia Civil informou que a prisão em flagrante foi convertida em preventiva pela Justiça. Ele será investigado pelos crimes de injúria, lesão corporal leve dolosa, dano, resistência, desacato, ameaça e injúria racial.
As medidas alternativas diversas da prisão, de monitoração eletrônica, não foram suficientes para impedir a recidiva. Foi um dos fundamentos para eu representar pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. delegado Rafael Rybandt
O delegado ainda apresentou um pedido à Justiça para impedir o homem de atuar como médico na rede pública do país. Segundo ele, trata-se de uma representação alternativa à prisão.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná disse que está acompanhando o caso. O órgão afirmou que irá instaurar um procedimento investigativo para apurar o ocorrido e tomar as providências cabíveis em sigilo processual.
A identidade do médico não foi informada pela polícia. O UOL tenta localizar a Prefeitura Municipal para saber se o funcionário foi afastado. O espaço segue aberto para manifestação.
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