MP vai apurar desabamento nas obras da linha laranja do metrô de SP
O Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito, nesta sexta-feira (13), para apurar o desabamento do canteiro de obras da futura estação Bela Vista, da Linha 6 - Laranja.
O que aconteceu
O desabamento parcial do solo ocorreu em um canteiro de obras na rua Rui Barbosa. A concessionária Linha Uni, responsável pela execução do projeto, informou que o acidente ocorreu durante a passagem do ''tatuzão' —como é conhecida a tuneladora que faz as escavações— no poço VSE Almirante Marques. Não houve registro de vítimas.
O inquérito instaurado pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital vai apurar as circunstâncias do desabamento na obra, disse o MP. O procedimento se destina a levantar causas, responsáveis e eventual omissão na fiscalização do empreendimento.
A Promotoria quer saber quais providências já foram adotadas pela concessionária Linha Uni e qual construtora estava à frente das obras. Ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil, a Promotoria pede dados sobre riscos e providências a serem tomadas a fim de se evitar novas intercorrências e assegurar a integridade dos moradores, transeuntes e imóveis localizados nos arredores.
Ainda no âmbito do inquérito, a Promotoria pediu ao governo estadual, em até dez dias, cópia do contrato da construção da Linha 6 - Laranja e de todos os relatórios de fiscalização. Também foram solicitadas informações para encontrar as razões do incidente e eventuais medidas administrativas adotadas em relação à concessionária.
Relembre outros acidentes
Em 2022, um desmoronamento nas obras da linha 6-Laranja interditou um trecho da Marginal Tietê. Imagens áreas mostraram uma cratera que se formou na lateral da pista, com pedaços de asfalto cedendo e uma caixa d'água que também foi engolida.
O acidente teria sido causado por um vazamento na adutora de esgoto no local. O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos da época, Paulo Galli, descartou a possibilidade do "tatuzão" ter sido o causador e informou que a máquina passava a três metros de profundidade de onde houve o rompimento. ''Então não foi um choque da tuneladora", falou.
O secretário declarou ainda que havia chance de ter sido uma falha humana. À Globonews, o especialista em gerenciamento de risco Gerardo Portella disse que acreditava ter havido uma falha no monitoramento das condições do terreno. O especialista explicou que o período de chuvas pelo qual a cidade passava poderia ter afetado a saturação do solo, ou seja, a capacidade de absorção da água da chuva.
Trabalhadores foram retirados a tempo. Quatro deles foram socorridos para avaliação após contato com a água, mas ninguém se feriu na ocorrência.
Já em junho deste ano, a obra de construção da linha laranja foi responsável por outra cratera. Ela foi aberta na avenida Ministro Petrônio Portela, na altura do bairro Freguesia do Ó.
Parte da quadra de um condomínio foi afetada pelas escavações do "tatuzão".
Moradores foram às redes sociais após a cratera chegar ao residencial. "O maior barulho de helicóptero sobrevoando aqui perto. Abri no jornal, e simplesmente abriu a maior cratera dentro do meu condomínio por conta das obras do metrô", escreveu uma usuária. "A obra do metrô da linha 6-Laranja lascou a quadra do condomínio", disse outra.
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Quero receberNa época, a Concessionária Linha Uni disse que já era prevista a possibilidade de uma cratera ser aberta. "O local já estava isolado como medida preventiva e a região já era monitorada devido a esta condição atípica do solo e sua interface com as escavações do túnel com a tuneladora Norte.''
A Subprefeitura Freguesia/Brasilândia interditou a quadra atingida. Segundo a Secretaria Municipal das Subprefeituras, não havia necessidade de interdição dos imóveis do condomínio.
O prazo aparece em um relatório de administração publicado em março pela concessionária Linha Uni, responsável pela gestão e obra do projeto. Caso todo o prazo seja usado, a linha, que ligará a zona norte à região central, será entregue somente em 2028.
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