Funcionária fica ferida dentro da Fiocruz durante operação policial no RJ
Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (8), feriu uma funcionária da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) dentro da instituição. Em nota ao UOL, a corporação alegou ter imagens de "traficantes dentro da Fiocruz", sendo "necessário" que os agentes entrassem no local.
O que aconteceu
Fiocruz afirma que agentes entraram descaracterizados no campus e sem autorização. As principais estruturas da fundação ficam dentro do Campus Manguinhos-Maré, ao lado das duas comunidades na zona norte da capital.
Um projétil atingiu o vidro da fábrica de vacinas da instituição. Segundo a Fiocruz, uma trabalhadora precisou de atendimento médico por conta dos estilhaços.
Homem que prestava serviço para a Fiocruz foi preso. Segundo um comunicado divulgado pela Fundação, um supervisor da empresa que presta serviços para a Gestão de Vigilância e Segurança Patrimonial foi levado algemado para a delegacia "de forma arbitrária" pelos policiais.
O vigilante teria sido acusado pela polícia de "dar cobertura aos criminosos". O homem fazia o trabalho de desocupação e interdição da área, como medida de segurança para os trabalhadores, alunos e demais frequentadores do campus, no momento da incursão policial, e foi acusado de dar cobertura a supostos criminosos que estariam em fuga, explicou a Fiocruz.
Instituição acusou polícia de agir de "forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a instituição". Ação colocou trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco, ressaltou a Fiocruz.
Polícia Civil realiza operação no Complexo de Manguinhos. Em publicação nas redes sociais, a corporação afirmou que, por meio da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas e 21ª DP (Bonsucesso), realiza operação contra crimes de roubos e receptação de cargas. "Os autores são integrantes de facção criminosa que exploram a comunidade", disse a polícia.
O que diz a Polícia Civil
Ao UOL, a corporação informou ter realizado hoje uma operação contra criminosos envolvidos em roubos de carga e para checar informações estratégicas de inteligência. Eles ressaltaram que as diligências ocorreram nas comunidades do Complexo de Manguinhos, "área explorada pela maior facção criminosa do estado", e que houve confronto após os agentes serem atacados por criminosos.
Polícia Civil disse que dois funcionários terceirizados da Fiocruz estão prestando depoimento após uma situação flagrancial ser constatada e está sob análise na delegacia.
A investigação que se inicia a partir disso vai apontar se houve colaboração espontânea com o tráfico de drogas, uma vez que imagens mostram um veículo a serviço da instituição auxiliando na fuga de criminosos. Diante de informações de que bandidos teriam acessado o campus da Fiocruz, as equipes da Polícia Civil se deslocaram à instalação. Os bandidos realizaram disparos de arma de fogo que atingiram ao menos um dos prédios da fundação.
Polícia Civil do Rio de Janeiro, em nota
Causa muita estranheza acusações maldosas contra os policiais, dado o histórico de ocorrências com traficantes que buscam abrigo em prédios públicos, incluindo escolas e unidades de saúde, bem como a própria Fiocruz, onde isso já havia ocorrido em situações anteriores.
Secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi
Em nota, a corporação ainda alegou ter imagens de "traficantes dentro da Fiocruz", sendo "necessário" que os agentes entrassem na instituição. "Quem coloca em risco a população são os criminosos. (...) São criminosos que roubam, agridem, assolam a população. Essa é mais uma resposta firme da Polícia Civil no combate a essa organização", concluiu o diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada, delegado André Neves.
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