MPSP abre inquérito para apurar irregularidades da ViaMobilidade nos trens

O MPSP (Ministério Público de São Paulo) instaurou inquérito civil nesta terça-feira (14) para investigar irregularidades supostamente cometidas pela concessionária ViaMobilidade nas linhas 8 e 9 do trem metropolitano de São Paulo.

O que aconteceu

MP apura irregularidades no empréstimo de trens. No ofício, o promotor Silvio Marques diz que a ViaMobilidade emprestou 35 trens da CPTM - todos deveriam ter sido devolvidos até abril de 2024, mas até agora faltam 25. Também afirma que, segundo testemunhas, os trens devolvidos estavam em más condições.

UOL revelou o caso em dezembro de 2024. Reportagem mostrou que os trens devolvidos passaram por diversas inspeções, em que foram apontados problemas como monitores inoperantes e indisponibilidade do sistema de detecção de incêndio.

MP também apura interesse num novo sistema de sinalização de trens. O Estado já investiu cerca de R$ 1 bilhão no sistema CBTC, que está parcialmente instalado na linha 8. A ViaMobilidade propôs instalar o sistema ETCS, a um novo custo de R$ 1 bilhão, "dos quais R$ 500 mil seriam oriundos dos cofres públicos, prejuízos ao erário estadual e à população", diz o ofício.

Promotoria pediu informações no prazo de 15 dias. O MP mandou ofício para a CPTM, a ViaMobilidade e a SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos), órgão do governo responsável por fiscalizar as concessões, pedindo documentos e informações referentes às irregularidades relatadas.

Procurada pelo UOL, ViaMobilidade diz que está à disposição das autoridades. A concessionária informa que não foi notificada pelo MP, mas que está "inteiramente à disposição" para prestar esclarecimentos necessários. Em nota, também afirma que a previsão é a de que os trens citados na reportagem sejam devolvidos à CPTM até março deste ano.

1 comentário

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Carlos Ribeiro de Lima

Parabéns ao MP-SP. Qualquer cidadão que acompanhar o que aconteceu nos últimos anos com as concessões do sistema metroferroviário, sobre como aconteceram repasses milionários, perdão de multas aos operadores privados, preferência nos pagamentos deixando as estatais à míngua orçamentária e o modelo de concessão perceberá o quanto o Estado está sendo lesado.

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