PCC avaliou fazer abaixo-assinado para mudar visitas em prisões, diz TV
Ler resumo da notícia

Um relatório do Ministério da Justiça apontou que membros do PCC quiseram fazer um abaixo-assinado para mudar a lei que rege o sistema prisional. As informações foram divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo.
O que aconteceu
Integrantes do PCC já estariam colhendo assinaturas de pessoas em condições de votar. O objetivo era promover um "abaixo-assinado" em que os signatários "pleiteariam a flexibilização da lei para permitir o retorno de visitação com contato físico no sistema prisional federal".
Marco Willians Camacho, o Marcola, também teria se envolvido no abaixo-assinado. O líder do PCC foi gravado pelo setor de inteligência do Ministério da Justiça perguntando a seu advogado sobre o plano de recolher assinaturas. As gravações foram autorizadas pela Justiça.
Eles vão fazer então um abaixo-assinado com 1 milhão e 600 mil assinaturas?
Marcola
Nas penitenciárias federais, o regime disciplinar é diferenciado. As celas são individuais e têm área de 6 m² — nelas, há cama, sanitário, pia, chuveiro, mesa e assento. Os banhos são ativados e desativados em horários determinados. Não há tomadas elétricas e nem TV, rádio ou qualquer tipo de comunicação externa.

Visitas e conversas com advogados são feitas por meio de um parlatório ou videoconferência. O parlatório é um balcão em que há uma barreira de vidro — visitante e preso conseguem se falar, mas não ter contato físico. No caso da videoconferência, o visitante precisa ir até a instalação de uma Defensoria Pública para conversar com o preso, segundo a Senappen. Não há menção sobre a possibilidade de visita íntima nas regras dos presídios federais.
Relatório fala também sobre trégua com o CV
O relatório aponta para ações conjuntas de membros do PCC e do CV (Comando Vermelho). Ainda segundo a reportagem do Fantástico, os integrantes das facções estariam se juntando para uma "unificação de trabalhos jurídicos".
A unificação dos advogados do Primeiro Comando da Capital, o PCC, e Comando Vermelho, o CV, vem sendo formatada por integrantes do alto escalão das duas facções. E teria como objetivo fortalecer os grupos criminosos para, principalmente, pleitear demandas dos chefes presos no sistema penitenciário federal.
O UOL confirmou, na última quarta-feira (13), uma trégua entre o PCC e o CV. O acordo de paz foi firmado por Marcola e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. A reportagem confirmou a negociação com cinco fontes, de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Ceará e Amazonas. Uma das fontes é ligada diretamente a Marcinho VP.
Os maiores narcotraficantes do país têm dois objetivos principais. O primeiro é o de afrouxar as regras do sistema penitenciário federal, onde Marcola e Marcinho VP estão detidos há anos. O outro é o de atuar conjuntamente nas duas grandes rotas de tráfico de cocaína do Brasil.
Um dos receios das autoridades ouvidas é o de que as facções se unam para executar planos de fuga de seus líderes. "Na verdade, desde a remoção [para o sistema penitenciário federal] do Marcola e demais lideranças do PCC [em 2019] já havia esse pensamento de uma trégua para poderem juntos tentar derrubar os rigores do sistema penitenciário federal. Agora se concretizou", afirmou o promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakiya ao UOL.
*Com informações de reportagem publicada em 13/02/2025.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.