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Regina Gonçalves: Socialite consegue anular união estável com ex-motorista

Regina Gonçalves - Reprodução/ Arquivo Pessoal Regina Gonçalves - Reprodução/ Arquivo Pessoal
Regina Gonçalves Imagem: Reprodução/ Arquivo Pessoal

Camila Brandalise

Do UOL, em São Paulo

29/03/2025 19h17Atualizada em 29/03/2025 19h28

A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu a união estável da socialite Regina Lemos Gonçalves, 89, com seu ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro, 30 anos mais novo. Ela afirma ter sido forçada a assinar o documento, diz que Ribeiro vendeu alguns de seus bens sem autorização e que fez um novo testamento para ser beneficiado pela fortuna de R$ 2,5 bilhões de Regina.

O que aconteceu

Em dezembro de 2023, os vizinhos de Regina no famoso edifício Chopin, em Copacabana, no Rio, deram falta dela. A socialite e seus familiares afirmam que ela estava sendo mantida em cárcere privado pelo motorista, José Marcos Chaves Ribeiro.

Ribeiro morava com ela desde 2011. Era tido como namorado da socialite, mas, à Justiça, Regina disse que nunca teve envolvimento amoroso com ele, apenas permitiu que ele morasse na casa dela.

A socialite teria escapado dele em janeiro. Conseguiu fugir com a roupa do corpo e, segundo testemunhas, tinha hematomas nos braços. Ela procurou ajuda na casa de um irmão.

Regina o acusa de outros crimes. Tentativa de feminicídio, violência doméstica e psicológica, furto e ameaça também teriam sido praticados por Ribeiro. O motorista teve a prisão decretada e está foragido.

A polícia o investiga por furto, cárcere privado e organização criminosa. Além disso, há uma medida protetiva em vigor em favor de Regina, impedindo que Ribeiro se aproxime dela.

Defesa diz que ela foi forçada a assinar a união estável. "Ela foi levada ao engano, por orientação do seu antigo advogado, porém não sabia exatamente o que estava assinando. Esse mesmo advogado, que atuou para Regina por quase 40 anos, depois passou a advogar para o motorista José Marcos contra a idosa", afirma o advogado de Regina, Marcelo Coelho Pereira, ao UOL.

A juíza que assina a decisão reforça o argumento da defesa. Titular da 4ª Vara de Família, Raquel de Oliveira alega em sua decisão que "a verossimilhança das alegações se encontra presente diante da farta documentação apresentada que corrobora a narrativa autoral, em especial quanto a possível existência de vício de consentimento na elaboração do documento que pretende anular".

Ribeiro teria vendido bens de Regina sem o consentimento dela. Entre os itens estão uma mansão, obras de arte e mais de R$ 20 milhões em joias. "Ele se aproveitou da idosa após se tornar o funcionário de confiança", afirma Pereira.

A fortuna da socialite veio do casamento com o dono dos baralhos Copag, Nestor Gonçalves. Viúva, herdou todo um patrimônio estimado em R$ 2,5 bilhões. O casal não teve filhos.

A decisão de suspender a união estável visa proteger o patrimônio da bilionária. A juíza afirma que o "perigo do dano" que Ribeiro representa "está na possibilidade de se utilizar do documento público para acesso aos bens da autora".

Havia um alto risco de o ex-motorista ter acesso irrestrito ao patrimônio caso a união estável não fosse anulada. "José Marcos Ribeiro se tornaria seu curador tão logo fosse decretada a suposta incapacidade dela, como era previsto no documento. A partir daí ele teria o poder para gerir todo o patrimônio sem precisar de qualquer anuência da vítima."

Ela está "comovida e esperançosa" com a decisão, afirma Pereira. "Está confiando plenamente na Justiça", diz o advogado.

Advogado de Ribeiro, Bruno Saccani afirmou ao UOL que não falaria sobre o processo pois o caso está sob segredo de Justiça. Caso haja manifestação, o texto será atualizado.


Cotidiano