'Sem dinheiro em espécie': socialite tem dívidas e está morando com irmão

A socialite Regina Gonçalves, que foi mantida em cárcere privado no edifício Chopin, está com todas as contas zeradas e ''repleta de dívidas''. As informações são do delegado Ângelo Lages, responsável pelo caso.

O que aconteceu

Após ser mantida presa em seu apartamento, Regina, de 88 anos, conseguiu fugir em janeiro deste ano. O ex-motorista da socialite, José Marcos Chaves Ribeiro, é acusado de tentativa de feminicídio, cárcere privado, violência psicológica e furto contra a mulher. A Polícia Civil do Rio de Janeiro tenta encontrá-lo para cumprir um mandado de prisão preventiva.

A socialite chegou a herdar 500 milhões de dólares, joias, imóveis e obras de artes. No entanto, após o golpe sofrido, ela vive em ''total situação de penúria'', contou o delegado Ângelo em entrevista ao Programa Encontro nesta quarta-feira (27).

Segundo Ângelo, ela não tem mais qualquer dinheiro em espécie. O patrimônio de Regina estaria ainda com dívidas de condomínio e de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Todos os cofres da casa foram arrombados, joias levadas e restou apenas uma obra de arte valiosa no local.

Atualmente, a socialite mora com o único irmão que ainda é vivo. ''O irmão hoje está sustentando ela, se não fosse ele, ela não teria nem condição de sobreviver'', relatou o delegado. Foi para este irmão que a idosa pediu ajuda quando conseguiu fugir do cárcere no início do ano.

O apartamento da vítima foi encontrado deteriorado. Nesta terça-feira (26), agentes policiais estiveram na casa e fizeram a desocupação dos funcionários que ainda estavam no local, durante um mandado de busca e apreensão.

Próximo passo da investigação é seguir 'rastro do dinheiro'

A polícia informou que houve uma grande movimentação de dinheiro na conta bancária. ''Vamos pedir a quebra de sigilo bancário de todos os investigados para saber para onde esse dinheiro foi levado'', detalhou Ângelo sobre nova etapa da investigação.

Além de José Marcos, há outras oito pessoas sendo investigadas. Esses suspeitos seriam ligados ao ex-motorista e foram sendo trazidos por ele para perto de Regina, a fim de concretizar o esquema de furto.

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Todos os investigados estão proibidos de se aproximar de Regina e de ter contato por qualquer meio. O Disque Denúncia do Rio de Janeiro pede ajuda para ter informações sobre o paradeiro de José Marcos, que ainda não foi localizado. O contato pode ser feito pelo telefone (21) 2253-1177.

Quem é Regina Lemos Gonçalves

Ela é viúva de Nestor Gonçalves, ex-proprietário da empresa de baralhos Copag. A companhia centenária foi fundada em 1908, época em que importava artigos de papelaria para vender no Brasil. Em 1918, a empresa iniciou a produção própria das cartas e hoje é a fornecedora dos baralhos utilizados nos torneios do Campeonato Mundial de Poker.

A socialite herdou uma herança avaliada em US$ 500 milhões (mais de R$ 2,5 bilhões na cotação atual) deixada por Nestor. Além do apartamento no Chopin, ela também é proprietária de uma mansão avaliada em R$ 15 milhões, que abriga obras de inúmeros artistas renomados.

Só no condomínio Capuri, em São Conrado, ao lado do Gávea Golf, a socialite tem quatro imóveis. O preferido da viúva vale entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. O imóvel, com área de 20 mil metros quadrados, tem suítes, garagem, piscina, salão de festas, cozinhas, sala de jogos e um anexo para funcionários. A mansão abriga obras artísticas de Portinari, Anita Malfatti, Miro, entre outros.

Regina e José Marcos viviam juntos desde 2011. Os dois moravam no Edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, zona sul do Rio. Nesses 13 anos, o ex-motorista teria conseguido registrar a união estável com a socialite e também uma autorização de curatela provisória da idosa, documento que permite uma pessoa a cuidar dos interesses de outra que se encontra incapaz, seja por questões físicas, mentais ou comportamentais para gerir a própria vida.

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