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Contra Kalil, Prefeitura de BH tem disputa recorde com 17 candidatos

Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, que concorre à reeleição Imagem: Amira Hissa/Divulgação

Marcelo Carota

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

15/09/2020 04h00

O empresário Alexandre Kalil (PSD), atual prefeito e candidato à reeleição, é favorito na disputa à Prefeitura de Belo Horizonte. Menos por suas realizações à frente do cargo e mais pela ainda opaca atuação dos outros políticos. Eles estão pulverizados em 16 outras pré-candidaturas na capital mineira, que podem ser oficializadas até amanhã.

Quando estreou na política, em 2016, usou o discurso de ser um gestor, não um político. "Nem coxinha nem mortadela, agora é quibe", gostava de ressaltar, dizendo não ser de direita nem de esquerda.

A oposição discorda. Para a direita e a extrema-direita, Kalil é "de esquerda" por ter abrigado petistas em seu governo. Já a esquerda ortodoxa lhe chama de "um neoliberal". O certo é que ele se mostrou um exímio político do centrão em suas alianças pragmáticas.

Conseguiu aprovar um Plano Diretor de urbanização que estava travado havia anos. Com muita habilidade política, conseguiu a aprovação junto ao Legislativo, onde o PSD tem a maior bancada (13 dos 41 vereadores).

A favor de sua candidatura conta ainda com a força de Gilberto Kassab, presidente do partido onde o prefeito se instalou, e Antonio Anastasia, recém-desiludido com o PSDB. Kalil também vem anunciando aliados: PDT, MDB, Rede e PP.

Suas medidas para enfrentamento da pandemia da covid-19 projetaram positivamente seu nome junto à população —e até fora de BH, como exemplo para outros prefeitos. Mas desagradou a diversos setores do mercado, que o acusam de ter prejudicado a economia. Hoje, BH apresenta tendência de queda em contágio, óbitos e ocupações de UTIs, segundo dados do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte.

Além de críticas nas áreas de educação, emprego e mobilidade, Kalil escorregou durante as enchentes que castigaram a capital mineira. No início deste ano, mais de 50 pessoas morreram e 8.000 ficaram desabrigadas, segundo a Defesa Civil. Apesar disso, do orçamento de mais de R$ 1 bilhão para obras de drenagem, só 20% foram investidos. Só uma das obras —no Vilarinho, região mais afetada— está avançada.

Os adversários

Contra Kalil, vem um recorde de pré-candidatos: de 11, em 2016, saltaram para 17.

O deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), que disputa a prefeitura Imagem: Divulgação

Quem vem com mais chances e o apoio do empresariado é o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), que, além do traquejo político e dos acenos para composição de alianças com o DEM, o PTB e PSL, é quem tem conseguido fazer um discurso crítico a Kalil.

Já o governador Romeu Zema (Novo) apadrinha a candidatura do correligionário Rodrigo Paiva, que integrou a equipe de transição do governo estadual. Concorrendo pela segunda vez ao cargo, propõe uma gestão com menos secretarias e informatização da prefeitura.

Bruno Engler, 23, é o mais jovem dos candidatos e tem o apoio de Jair Bolsonaro. Coordenador do movimento Direita Minas e eleito deputado estadual pelo PSL, filiou-se recentemente ao PRTB.

O petista Nilmário Miranda, de histórica atuação pelos direitos humanos como ex-ministro de Lula e ex-deputado federal, propõe recuperar a economia e os empregos por meio de cooperativas e microcréditos.

Mas, com a perda do PT da hegemonia da esquerda, quem surge com mais força neste campo é a deputada federal Áurea Carolina (PSOL), com um discurso de reparações sociais e raciais.

O presidente do Clube dos Diretores Lojistas (CDL), Marcelo Souza e Silva (Patriota), o empresário Fabiano Cazeca (Pros) e o deputado estadual Professor Wendel Mesquita (Solidariedade) são candidatos que se apresentam como "de centro para a direita".

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