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Debate em Osasco tem menções a Bolsonaro e xingamentos ao atual prefeito

Beatriz Montesanti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/11/2020 22h12Atualizada em 15/11/2020 14h46

O debate entre os candidatos à Prefeitura de Osasco (SP) na noite de hoje teve ataques ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao atual prefeito da cidade, Rogério Lins (Podemos), que não compareceu ao evento.

O UOL transmitiu o debate em parceria com a TVT e a Rádio Brasil Atual. O evento contou com a participação de quatro candidatos: Dr. Lindoso (Republicanos), Emídio de Souza (PT), Marco Souza Dateninha (Solidariedade) e Simony dos Anjos (PSOL).

Dr. Lindoso, candidato do Republicanos, partido que abriga dois dos filhos do presidente, disse não ter o apoio declarado do presidente. "Mas, se ele declarar, eu aceito. Aceito de qualquer um que não esteja envolvido na lama", afirmou.

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A candidata Simony dos Anjos (PSOL), única mulher na disputa, retrucou, acusando o candidato (Republicanos) de ser ligado a políticos corruptos.

"O que você chama de corrupção?", questionou a candidata. "Bolsonaro tem a conta da [primeira-dama] Michelle, tem a rachadinha. Você é do mesmo partido que [o candidato à prefeitura de São Paulo Celso] Russomanno, que [o prefeito do Rio] Marcelo Crivella. O governo Bolsonaro está diminuindo investimentos em educação e saúde", criticou.

Outro alvo de críticas foi o atual prefeito da cidade, acusado de mentiras, corrupção e de fazer campanha em vez de trabalhar no cargo.

"O prefeito não veio aqui porque ele acha que a eleição tá ganha. Você fugiu desta vez. Mas, no segundo turno, que começa na segunda-feira, você vai ter de debater", disse Emídio de Souza (PT). O petista governou Osasco entre 2005 e 2012.

Dr. Lindoso e Marco Souza Dateninha (Solidariedade) fizeram também uma dobradinha para criticar o atual mandatário, lembrando que ele foi preso logo após ser eleito, em 2016, acusado de contratar funcionários fantasmas para seu gabinete da Câmara Municipal.

Lins ficou foragido por um período, pois estava viajando pelos Estados Unidos. No final do ano, ele se entregou, pagou uma fiança de R$ 300 mil e assumiu a prefeitura 48 horas depois de deixar a prisão. O processo hoje corre em segredo de Justiça.

"Ele foi para a Disney e tem gente na cidade até hoje que não sabe o que aconteceu", criticou Lindoso. "Gostaríamos que Lins aproveitasse e respondesse a essa pergunta: por que ele foi preso e em que pé está esse processo?"

"O prefeito é um tremendo de um canalha", esbravejou Dateninha. "O que ele está fazendo com a população de Osasco não é certo. Endividou a cidade fazendo asfalto e campo de futebol. Se vocês virem o prefeito na feira fazendo campanha, mandem ele para o gabinete trabalhar, que é o que deveria estar fazendo."

Além dos quatro presentes, Lins optou por não comparecer e Reinaldo Mota (PRTB) não tem a representatividade na Câmara necessária para cumprir a regra determinada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para participar de debates na TV.

Devido à pandemia, não houve plateia presente e foram respeitadas as regras de distanciamento, com uso obrigatório de máscara e medição de temperatura na entrada.