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Rio herdará 'rombo' de R$ 10 bi nas contas, diz futuro secretário de Paes

Arquivo - Pedro Paulo afirmou que a nova administração do Rio herdará um déficit de R$ 10 bilhões do governo Crivella -  Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Arquivo - Pedro Paulo afirmou que a nova administração do Rio herdará um déficit de R$ 10 bilhões do governo Crivella Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

02/12/2020 12h55Atualizada em 04/12/2020 12h16

O deputado federal e futuro secretário municipal de Fazenda do Rio, Pedro Paulo (DEM), afirmou hoje que a administração de Eduardo Paes (DEM) na capital herdará um déficit de R$ 10 bilhões do governo de Marcelo Crivella (Republicanos). Ele definiu a situação dos cofres públicos como "trágica".

A Secretaria Municipal de Fazenda diz não reconhecer esse déficit nas finanças da cidade. "As informações repassadas à equipe de transição, bem como os relatórios publicados pelos órgãos de controle, não apontam para esse montante", rebateu a pasta, por meio de nota dois dias após Pedro Paulo anunciar o valor.

"Estamos recebendo a prefeitura à beira do estouro da Lei de Responsabilidade Fiscal, com quase 55% de endividamento", afirmou. Fiel escudeiro de Paes, ele também refutou a narrativa de Crivella de que teria herdado dívidas do mandato anterior.

"Entregamos uma prefeitura com mais de R$ 50 milhões em caixa disponível para o prefeito iniciar o mandato com todos os salários quitados. Essa é uma prefeitura que enganou os relatórios, mas não enganou ou cofres públicos."

O déficit projetado de R$ 10 bilhões corresponde a mais de 30% do orçamento da cidade, que é de aproximadamente R$ 28 bilhões. Diante desse quadro, o pagamento do 13º salário dos servidores está sob risco.

A secretaria da Fazenda diz que "informações desse tipo podem gerar insegurança na sociedade, em particular servidores e fornecedores da Prefeitura". A pasta diz que, apesar da crise gerada pela pandemia, trabalha para aumentar a arrecadação e controlar despesas a fim de manter a continuidade da prestação de serviços públicos e os salários dos servidores em dia.

Plano de austeridade

A nova administração pretende colocar em prática um plano de austeridade fiscal a partir de 1º de janeiro.

O futuro secretário afirma que está trabalhando em mecanismos para reerguer o orçamento da cidade. Será realizada uma auditoria da folha de pagamento e dos principais contratos da prefeitura.

Pedro Paulo também disse que pode ser iniciado um novo plano de capitalização para o fundo de previdência.

Apenas as áreas da saúde e da educação não devem sofrer com o contingenciamento de despesas.