TSE acata pedido de Tebet e suspende propaganda com Michelle Bolsonaro
A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), acatou o pedido da senadora e presidenciável Simone Tebet (MDB) e ordenou a suspensão da propaganda eleitoral com Michelle Bolsonaro.
Na peça, a primeira-dama fala diretamente com as mulheres nordestinas para a campanha do marido, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Tebet argumentou e a ministra acatou que Michelle excedeu o tempo que poderia aparecer na publicidade como "apoiadora". Caso a propaganda não pare de ser transmitida, será aplicada multa de R$ 10 mil.
"Ao meu olhar, Michelle Bolsonaro qualifica-se tecnicamente como apoiadora do candidato representado, e sua participação, embora claramente legítima, não poderia ter ultrapassado os 25% do tempo da propaganda na modalidade inserção", despachou Bucchianeri.
A propaganda em questão foi veiculada nesta semana e trata-se de um vídeo de 30 segundos em que apenas Michelle Bolsonaro aparece. Ela fala sobre a importância da transposição do Rio São Francisco e ressalta o benefício da ação para as mulheres. A utilização da esposa do presidente tem sido uma tentativa de conquistar o eleitorado feminino, que tem maior rejeição a Bolsonaro.
Em busca do voto feminino e evangélico
A campanha de Bolsonaro tem investido na aparição de Michelle, em tentativa de apelar às mulheres e aos evangélicos ao mesmo tempo. O esforço, no entanto, aparenta ser em vão.
Desde as sondagens de julho da Quaest Consultoria, o candidato tem apenas variado dentro da margem de erro do voto feminino: oscilou de 28% em julho para 29% no fim de agosto.
Agora campanha precisa não só lidar com a rejeição do eleitorado feminino, como também reparar o dano feito pelo presidente no debate de domingo à noite, no qual atacou a jornalista Vera Magalhães e a também candidata à Presidência Simone Tebet (MDB).
De acordo com as pesquisas da Quaest, o presidente está estagnado também com os evangélicos: em um mês variou de 48% para 51%, ainda na margem de erro.
Essa semana, o presidente, ao lado da primeira-dama e a ex-ministra Damares Alves (Republicanos), sediou um culto para 60 mulheres evangélicas no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF).