Vitória da direita seria desastre para BH, diz candidato do PT à prefeitura
Eduardo Baszczyn
Colaboração para o UOL, em São Paulo
14/06/2024 14h01
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, afirmou que uma possível vitória da direita nas eleições municipais seria um desastre para a capital mineira. Ele foi entrevistado nesta sexta (14), em sabatina realizada pelo UOL e pela Folha de S.Paulo.
O que aconteceu
Correia disse acreditar que seria uma tragédia para a cidade a vitória de candidato de direita ou de extrema-direita que fizesse apenas ataques ao presidente Lula (PT) e tivesse isso como principal bandeira. O pré-candidato considerou que o principal oponente de programa e de ideologia neste pleito "é a ultradireita fascista" e pregou que haja união no segundo turno para derrotá-la.
Pensar num governo Bolsonaro no município (seria) uma tragédia. Foi uma tragédia nacional. Do ponto de vista da economia, Bolsonaro gastou e gastou para tentar ganhar as eleições e o Brasil não viu programa social nenhum sendo implementado. Então, o governo Bolsonaro foi um desastre e acho que aqui seria a repetição disso. Já imaginaram, na saúde, um candidato que se coloca contra a vacina? Rogério Correia (PT-MG), em sabatina UOL/Folha
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoia a pré-candidatura do deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) na cidade. Engler também foi convidado para a sabatina, mas não aceitou participar.
Apesar das frequentes críticas a Romeu Zema (Novo-MG), o petista pretende manter uma boa relação com o governador, caso seja eleito. Ele prometeu fazer as cobranças necessárias para defender os interesses da cidade e criticou o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), por, segundo ele, reclamar ou exigir de Zema muito menos do que deveria.
União da esquerda
O deputado defende a união dos partidos alinhados ao governo Lula para combater os candidatos de direita —que, até o momento, lideram as pesquisas de intenção de voto. Correia acredita que a criação de uma chapa única seria essencial para se chegar ao segundo turno e diz ter aberto diálogo com outras candidaturas.
Estou trabalhando para isso. No caso da federação PSOL/Rede já temos uma conversa muito adiantada e vamos ter essa composição já garantida. Com a deputada Bella Gonçalves (PSOL-MG), já conversamos e vamos caminhar juntos. Agora, estou conversando também com a candidata do PDT, Duda Salabert e com a deputada Ana Paula Siqueira (Rede-MG) e estou com esperança de que a gente consiga uma candidatura única, já que nossos programas são muito parecidos.
O deputado afirmou estar aberto para discutir a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa. Mas por contar com o apoio de Lula, o petista disse acreditar ser a melhor opção para a disputa.
Se eu quero discutir unidade, eu tenho de estar aberto a tudo. Mas considero que a minha candidatura é capaz de ter uma unidade maior neste campo. É certo também que eu tenho o apoio e sou o candidato do presidente Lula (PT) e isso importa. Nós temos a militância do PT, agora do PSOL, vamos ter também de toda a federação PSOL/Rede. Então acho que isso me coloca em posição melhor para fazer essa costura.
Rogério Correia foi o segundo entrevistado na série de sabatinas realizada pelo UOL e pela Folha de S. Paulo. O primeiro foi o atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG).
As entrevistas foram conduzidas por Fabíola Cidral, com a participação dos jornalistas Amanda Rossi, do UOL, e Artur Búrigo, correspondente da Folha, em Belo Horizonte. O ciclo de sabatinas será realizado com os principais pré-candidatos a prefeituras de 18 cidades do país.