Sakamoto: Datena manda recado a Nunes ao enfatizar viés golpista do 8/1

José Luiz Datena (PSDB) faz questão de reforçar o caráter golpista do 8/1 como uma forma clara de se contrapor a Ricardo Nunes (MDB), disse o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta terça (16).

Datena foi o quarto entrevistado da série de sabatinas realizadas pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo com os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo. Ele rebateu as declarações de Nunes, sabatinado ontem (15), e que classificou a invasão das sedes dos Três Poderes como "um ato de vandalismo".

Com relação ao 8/1, a posição do Datena não é nova. A ênfase que ele coloca tem um destinatário correto: o prefeito Ricardo Nunes, que não vê o 8/1 como uma tentativa de golpe, mas sim como um ato de vandalismo contra o patrimônio público e tentou, na melhor tradição bolsonarista, utilizar aquela coisa do 'e o PT?'.

Nunes quer e precisa do apoio de Bolsonaro para sua candidatura. Ao mesmo tempo, tem preocupação com o teto do ex-presidente na capital, mas quer o piso. Ontem, ele fez um afago e Datena veio falar 'não dá para negar isso'. É um recado e uma contraposição direta ao prefeito, a quem criticou várias vezes nessa sabatina. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto ressaltou que o posicionamento de Datena quanto ao cenário político terá papel decisivo na composição dos apoios para um eventual segundo turno em São Paulo. O apresentador afirmou "estar mais próximo de Lula do que de Bolsonaro".

Datena se coloca no espectro político mais próximo de Lula do que de Bolsonaro. Entre os quatro primeiros colocados na disputa paulistana, Boulos é amparado diretamente por Lula e Datena, que apesar de ser crítico, se espelha no presidente. Do outro lado, há Nunes e, mais ao extremo, o empresário Pablo Marçal, que abraça o bolsonarismo com os dois braços.

Hoje, estão indo para o segundo turno, a menos que aconteçam reviravoltas, Boulos e Nunes. Nessa dança, importa de quem os dois receberão apoio. Se Datena e Marçal mantiverem suas candidaturas, os dois podem apoiar um dos lados.

A questão do comportamento desses candidatos também importa. Marçal está cutucando muito Boulos. Datena cutuca muito Nunes. Além dos candidatos principais, esse segundo pelotão critica um lado e o outro do espectro político, o que de certa forma contribui com os candidatos que estão à frente. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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