Candidato lamenta autismo do filho, e rival autista o corrige em debate
O candidato à Prefeitura de Manaus Roberto Cidade (União Brasil) lamentou, no debate da Band realizado nesta quinta-feira (8), ter um filho autista e na sequência foi corrigido por Amom Mandel (Cidadania), que tem autismo: "Não é uma tristeza".
O que aconteceu
O assunto surgiu durante proposta de Cidade para crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). "Você, pai e mãe, que muitas vezes precisa de apoio para tratar suas crianças, naquele primeiro momento em que tem a dúvida se o seu filho tem TEA, eu quero dizer para vocês: Eu também sofro isso na minha casa", afirmou.
Infelizmente o meu filho também é autista e hoje eu quero dizer para vocês que nós vamos criar o maior programa para tratamento das pessoas do espectro autista na cidade de Manaus.
Roberto Cidade, candidato a prefeito
"Sou autista"
Amom Mandel, que é deputado federal, corrigiu o concorrente. Ele disse que foi diagnosticado com TEA aos 14 anos. "Roberto Cidade falou que infelizmente seu filho é autista, e eu, como autista, queria até conversar com todos para dizer que ser autista não é algo 'infelizmente', uma tristeza, não é nada negativo."
Ele aproveitou para explicar por que usava um fone de ouvido durante o debate. "Eu sei o que é ser autista e uso isso [mostrando o fone] porque tenho sensibilidade auditiva."
Ser autista não é algo como infelizmente, uma tristeza, não tem nada negativo.
Amom Mandel, candidato a prefeito
NINGUÉM É "INFELIZMENTE" AUTISTA!
-- Amom Mandel (@eusouamom) August 9, 2024
Não é nada negativo e nem deve ser tratado com tristeza, como erroneamente o Roberto Cidade citou. #DebateNaBand #EuSouAmom pic.twitter.com/fLpP0OEyPb
Roberto Cidade, publicou nesta sexta-feira (9) em suas redes sociais um vídeo esclarecendo sua fala sobre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ele reconheceu a fala como inadequada e pontuou que o tema precisa ser abordado com respeito, para que não se transforme em plataforma e debate eleitoral.
"Todos sabem que eu não tive a intenção de desrespeitar as pessoas atípicas. Muito menos o meu próprio filho. As famílias que têm crianças atípicas em casa sabem que essa missão é muito difícil", disse Roberto Cidade.
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