Debate no Rio tem ataques a Paes e duelos entre bolsonaristas e lulista

O atual prefeito Eduardo Paes (PSD) fugiu de confrontos e foi atacado pelos bolsonaristas Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União Brasil) no primeiro debate eleitoral à Prefeitura do Rio, realizado pela Band.

O que aconteceu

Paes compartilhou seus feitos, fugindo de ataques aos outros candidatos. O prefeito que recuperou o sistema BRT, fez com que as clínicas da família voltassem a funcionar, gerou emprego e fez com que a cidade avançasse nos últimos quatro anos. Ele também destacou o que ainda precisa ser feito na cidade, como a abertura de sete mil novas vagas em creches que estão pendentes.

Ramagem, aliado de Jair Bolsonaro (PL) e nomeado chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na gestão do ex-presidente, chamou Paes de omisso. Ele acusou o atual prefeito de gastar recursos federais para a segurança do Rio de Janeiro sem nunca ter implementado ações. O atual prefeito respondeu dizendo que o trabalho da prefeitura é complementar a segurança.

O candidato do PL disse que o Rio vive uma crise de segurança profunda em todo o estado. Ramagem disse que segurança é responsabilidade de todos e que em várias cidades do mundo a prefeitura tem responsabilidade com essa questão, com protagonismo. Novamente, Paes lembrou que o padrinho político do candidato, Cláudio Castro, não cumpre com suas obrigações.

Lulista x bolsonarista: O candidato Tarcísio Motta (PSOL) destacou escândalos envolvendo Ramagem e seus apoiadores. Embora ele seja de esquerda, representando um partido que historicamente se alia ao PT, Motta não conta com o apoio do presidente Lula, que se aliou a Paes.

"Sei que você não tem o apoio legítimo do presidente Lula", provocou Marcelo Queiroz (PP), em fala dirigida ao psolista. "Ele [Lula] veio ao Rio e anunciou um investimento de R$ 342 bilhões, mas a gente não consegue ver isso na prática, no dia a dia da cidade." Queiroz se colocou como uma posição mais de centro na eleição.

Disputa por Bolsonaro

Rodrigo Amorim foi outro candidato que afirmou ter apoio de Bolsonaro. Ele fez uma dobradinha com Ramagem e perguntou como se resolve a questão da Avenida Brasil, principal via que liga ao município, e do BRT, sistema de transporte coletivo com quatro corredores em vias expressas na cidade. "A questão da Avenida Brasil é falta de preparo e de estratégia. Colocar as pessoas naquele trânsito, é o resultado da total incompetência. O transporte público é um dos temas mais complexos da cidade e o Eduardo Paes acha que o Rio de Janeiro está isolado."

Ramagem afirmou que o Ministério Público já identificou R$ 260 milhões de desvio público. Paes pediu direito de resposta e esclareceu que a obra da Transbrasil conduz 200 mil pessoas pela metade do tempo, que está menor do que o programado: "Não vamos deixar ninguém acabar com o BRT como esses dois candidatos querem acabar", disse.

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Tarcísio disse que o programa que Lula defendeu nas ruas serve para reduzir distâncias e desigualdades, por meio da urbanização das favelas, que foi ignorada pelo governo do Paes. Já Marcelo falou sobre a importância da arborização da cidade e investimentos em habitações populares.

Discussões polarizadas

Tarcísio levou ao debate o aumento dos casos de tuberculose. Ele pediu para o candidato Amorim dizer qual seria o seu plano para resolver o problema. Amorim mudou de assunto, falou sobre as drogas e afirmou que o PSOL defende o "uso da liberação da droga, chegam a defender o uso controlado de crack".

Amorim continuou alfinetando Tarcisio, que reagiu. "A gente faz uma pergunta séria, nós temos 9.813 ocorrências de tuberculose no último ano e aí vem um candidato que só quer falar da esquerda ao invés de discutir os problemas reais", disse o psolista.

Tarcísio e Ramagem debateram sobre o governo Bolsonaro. Quando o tema foi pergunta livre, Tarcísio questionou Ramagem se a saúde seria tratada de forma negacionista, como foi no governo Bolsonaro e também fez acusações sobre monitoramento de políticos e jornalistas durante a gestão de Ramagem na Abin.

Ramagem respondeu que Bolsonaro entregou o país com superávit. ,Disse que as estatais deram lucro, e que o governo Lula não sabe cortar despesas e só quer tributar a população. Tarcisio lembrou que o Rio foi a segunda maior capital em proporção de mortes.

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Amorim disse que vai criar uma super secretaria emancipadora: educação, desporto e cultura. E na mesma pergunta, ele misturou os temas e pediu para Tarcisio falar das OSS (Organização Social de Saúde). O candidato do PSOL defendeu a educação sexual, o anticoncepcional para não engravidar e aborto legal para não morrer.

Considerações finais

Alexandre Ramagem falou que o carioca vive com medo e que eles vão mudar esse cenário. Falou sobre mudar a gestão e relembrou que está com o apoio da família Bolsonaro.

Marcelo Queiroz disse que sua candidatura é pelo Rio e vai agregar o melhor da direita e da esquerda. Disse que defende o funcionalismo público, o servidor, falou que vai manter o BRT, colocar de Deodoro a Santa Cruz e tem projetos de transporte suspenso.

Eduardo Paes disse que tirou a cidade do abandono. Disse que quer ampliar super centro de saúde para reduzir a fila dos Sisreg, que vai ampliar o ensino em tempo integral, abrir vagas em creches, e que o trabalho segue para o Rio avançar.

Rodrigo Amorim reforçou que é patriota, conservador e que a retomada do Brasil começa no Rio de Janeiro. Falou que a cidade está abandonada e que quer transformar a guarda em polícia municipal.

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Tarcísio Motta disse que o Rio merece muito mais. Citou como exemplo a tarifa zero, falou sobre a educação integral inclusiva, casas no centro da cidade e comida de qualidade, pois a cidade tem 500 mil pessoas passando fome. Ele também relembrou que sua campanha é por Marielle Franco.

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