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Marçal contraria TSE e posta propaganda com inteligência artificial

Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo Imagem: 8.ago.2024-Bruno Santos/ Folhapress

Do UOL, em São Paulo

26/08/2024 19h38

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) publicou nesta segunda-feira (26) uma propaganda eleitoral nas suas redes sociais que usa deepfake —técnica de inteligência artificial que substitui um rosto por outro, cujo uso foi vetado pelo TSE nas eleições deste ano.

O que aconteceu

Marçal publicou propaganda que usa inteligência artificial, mas não sinalizou o uso da ferramenta. No vídeo, uma pessoa não identificada usa o rosto de Marçal como se fosse um "filtro", e sopra um pó na direção da câmera. "POV: Marçal fazendo bolos", diz a legenda — referência à acusação que o candidato do PRTB tem feito reiteradamente, sem apresentar nenhuma prova, de que Guilherme Boulos (PSOL) usaria cocaína. A PF investiga se há crime eleitoral na insinuação.

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É possível identificar que o vídeo não é verdadeiro porque há oscilações quando o rosto se mexe, como se fosse uma máscara fixa. O tom da pele também aparece por cima do boné usado pela pessoa que aparece no vídeo, como indicam as imagens:

Propaganda publicada por Marçal usa deepfake, técnica que substitui um rosto por outro com inteligência artificial. Nas imagens, é possível ver que quando a pessoa se vira, o rosto de Marçal fica fixo, como se fosse um filtro do Instagram Imagem: Reprodução/X

Prática é perigosa, porque pode confundir o eleitor. Nesse caso, a ação de Marçal é aparentemente inofensiva, mas a ferramenta pode ser usada para simular um candidato fazendo algo ilegal, por exemplo, como aconteceu nas eleições na Argentina no ano passado.

Uso do deepfake foi proibido pelo TSE nas eleições deste ano, em resolução publicada em fevereiro. De acordo com a decisão da Corte, toda peça com inteligência artificial também deve estar sinalizada, o que Marçal não fez na publicação. Uma das penas previstas para o descumprimento da norma é cassação do registro da candidatura ou perda do mandato, caso a pessoa seja eleita.

Campanha de Marçal já é investigada por outras irregularidades. No sábado (24), a Justiça Eleitoral determinou a suspensão das redes sociais do empresário até o final das eleições, em uma ação que apura o pagamento indevido a apoiadores para compartilharem vídeos com teor eleitoral. Ele pode criar outras contas, mas sem usar métodos irregulares dessa vez, segundo a decisão do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).

O UOL questionou a assessoria de Marçal sobre o vídeo. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

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