Polícia Federal vai investigar Marçal por crime eleitoral contra Boulos
O Ministério Público do Estado de São Paulo determinou que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar o candidato Pablo Marçal (PRTB) por crime eleitoral contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL). Ambos concorrem à Prefeitura de São Paulo.
O promotor eleitoral Nelson dos Santos Pereira Junior atendeu a um pedido da campanha de Boulos e entendeu que existem "indícios de prática de crimes eleitorais" na conduta de Marçal quando ele insinua com gestos e afirma, sem provas, que Boulos seria um "cheirador de cocaína".
Na peça produzida pelo MP, à qual a coluna teve acesso, o promotor acolheu os argumentos da campanha do candidato do PSOL de que as acusações não são apenas um "ataque à honra de Boulos", mas também configurariam um crime eleitoral.
Isso porque "tem o potencial de enganar e influenciar uma gama enorme de pessoas que eventualmente teriam no noticiante uma referência e um provável escolhido para a votação de outubro".
No debate promovido pela TV Bandeirantes, Marçal acusou Boulos pela primeira vez, sem provas, de envolvimento com drogas, inclusive fazendo um gesto e apontando em sua direção. A campanha do candidato do PRTB utilizou o episódio para disseminar "cortes" em redes sociais, que foram impugnados pela Justiça por meio de liminar.
Houve um "drible" da decisão com outros "cortes" semelhantes, e a liminar acabou estendida após a revelação do episódio pela coluna e nova reclamação da campanha. Os ataques voltaram a se repetir no debate promovido por Estadão/Faap e Terra.
Se, após as investigações pela PF, a Justiça Eleitoral determinar que houve crime, Marçal estaria sujeito a detenção de dois meses a um ano ou ao pagamento de multa.
A assessoria de Marçal disse considerar o procedimento parte do "processo legal". "É legítimo que todo aquele que se sinta vítima comunique às autoridades, que têm o deve de apurar. Estamos confiantes de que Pablo Marçal demonstrará, mais uma vez, sua inocência."
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