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Candidata que se diz dona de 'carteira de trabalho de Marçal' apoiará Nunes

A candidata a vereadora pelo PRTB Karen Vasconcelos, em frente a foto de Marçal Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

19/09/2024 12h00Atualizada em 19/09/2024 17h39

A candidata a vereadora pelo PRTB Karen Vasconcelos criticou o "tom agressivo" de Pablo Marçal, candidato de seu partido à Prefeitura de São Paulo, e decidiu declarar apoio a Ricardo Nunes (MDB).

O que aconteceu

Karen diz ser dona da carteira de trabalho que Marçal usou para atacar Guilherme Boulos (PSOL) em debate no mês passado. Após o embate na TV, o ex-coach adotou o documento como um dos símbolos de sua campanha.

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A candidata disse ao UOL que vai procurar a presidência do partido para informar a decisão de apoiar Nunes. O PRTB e a campanha de Marçal não se manifestaram. O UOL procurou o partido e o candidato na quarta e na quinta-feira, mas não teve retorno.

O PRTB vive um racha interno, com ações na Justiça Eleitoral que podiam custar a candidatura de Marçal. Karen diz ter entrado no partido por ter amigos em comum com Levy Fidelix Filho., filho de Levy Fidelix, fundador da sigla. Fidelix Filho. era apoiador da candidatura de Marçal e foi cotado para ser candidato a vice-prefeito, o que não se concretizou. Outros familiares de Fidelix são contra o atual presidente do partido e fiador da campanha de Marçal.

Nas ruas, Karen diz que há clima de insatisfação entre eleitores. Durante agendas de Marçal, a candidata afirma que eleitores que costumavam declarar apoio ao candidato têm demonstrado insatisfação. "Muita gente com quem cruzo nas ruas tem vindo até mim para dizer que não está gostando."

Participação de Marçal em debates tem irritado eleitores, avalia candidata. Karen diz que causou perplexidade a acusação que Marçal fez a José Luiz Datena (PSDB) no debate promovido pela TV Cultura, no domingo (15), — envolvendo crime de estupro. Datena, que negou e disse que a denúncia de assédio foi extinta, acabou agredindo o adversário com uma banqueta.

Ausência de propostas também incomoda apoiadores, na avaliação da candidata. Ela diz que o ex-coach não tem apresentado projetos para a cidade. "Marçal não fala em propostas concretas, não descreve o plano de governo, não temos acesso a ele", afirma. "Nos debates, diz que Nunes não responde a perguntas, mas ele também não", afirma.

Karen diz que passou a se incomodar com as atitudes do empresário desde o primeiro debate. No encontro promovido pela TV Bandeirantes, em 8 de agosto, Marçal adotou palavrões e insinuações sem provas contra os candidatos — como ao dizer que Boulos usava drogas — o que o deputado nega.

Não sei o que vai acontecer, não quero sair do partido, só não gosto das atitudes do Marçal.
Karen Vasconcelos, sobre comunicar ao presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, que vai apoiar Nunes

A candidata a vereadora pelo PRTB Karen Vasconcelos e o presidente do partido, Leonardo Avalanche Imagem: Reprodução/Instagram

Quem é a candidata

Essa é a primeira candidatura de Karen. Ela entrou no PRTB em um cargo administrativo e, em abril, se filiou para lançar candidatura. Antes, trabalhou no Podemos.

Karen diz que resolveu concorrer porque tinha "muito pouca mulher aderindo" no PRTB. "Nunca fui muito ligada em ser candidata, mas acabei sendo". O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) define que um percentual mínimo de candidaturas femininas. Se esse percentual não for atingido, toda a coligação pode ser cassada.

A candidata diz que não conhecia Marçal. O candidato se filiou depois de Karen ao PRTB. "Eu nem conhecia ele, comecei a ver todos os vídeos dele, a ir nos eventos para ver ele mais de perto, mas nada de proximidade. Ele nunca deu abertura pra proximidade, nem equipe dele".

De 'decepção' com Marçal a apoio a Nunes

Karen diz que conheceu Marçal durante um evento organizado por ele no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo, em maio deste ano. Ela conta que chegou a assistir a uma série de vídeos para conhecer o trabalho do influenciador.

Para Karen, Marçal é inteligente, mas não como político. A candidata do PRTB afirmou que tentou entender como o empresário atuava politicamente. "Ele não tem noção de como funciona o corpo de funcionários da prefeitura", diz ela.

A candidata afirma que mantém diálogo com secretários da atual administração municipal. Karen trabalha em um escritório ligado a processos de tombamentos — por causa disso, ela diz que mantém contato com integrantes da gestão de Nunes.

Karen diz que buscará uma articulação com a campanha de Nunes. "Ele [prefeito] tentou encontrar uma solução para a região da "cracolândia" e para a Santa Efigênia. Moro ali há 20 anos e esse é o maior problema de São Paulo", afirma.

Proximidade entre Nunes e Tarcísio agrada candidata. Karen afirma que um dos motivos que a levaram a querer declarar apoio ao prefeito é a parceria com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. "A 'cracolândia' é a prova de que essa parceria tem funcionado", diz. Já Marçal, segundo ela, têm adotado um discurso crítico em relação ao governador.

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