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OPINIÃO

Tales: Boulos tirou Marçal do prumo e Nunes tomou vareio no debate da Globo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/10/2024 10h55

O debate realizado ontem pela TV Globo com os candidatos à Prefeitura de São Paulo ficou marcado por Guilherme Boulos (PSOL) desequilibrar Pablo Marçal (PRTB), enquanto Ricardo Nunes (MDB) apanhou de todos os lados, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (4).

Boulos subiu o tom contra Marçal, disse que o adversário "é um lobo em pele de cordeiro" e citou Suzane von Richthofen para atacá-lo; já Nunes ficou na mira dos demais concorrentes. Tales comparou a indefinição no cenário eleitoral da capital paulista à intensa disputa pela liderança do Brasileirão.

No Campeonato Brasileiro, o Botafogo está em primeiro lugar, o Palmeiras está ali, um ponto atrás, e o Flamengo é o mais temido. Nesse quadro, se o Botafogo empatasse com o Palmeiras, já estava de bom tamanho, ainda mais se o Flamengo não avançasse. Essa pesquisa do Datafolha mostrou mais ou menos isso.

Nesse quadro, o Boulos ter se saído melhor é uma tremenda vitória. No momento certo, ele veio e acertou Marçal, o cara que estava ali atrás dele. A comparação com a Suzane, que matou os pais, é um desastre para Marçal, que perdeu o prumo. Depois, Boulos ainda perguntou por que Marçal tem tanta raiva das mulheres.

Foi a primeira vez em que Marçal, se não foi a nocaute, esteve muito próximo disso. Não foi porque provavelmente ele está a caminho do segundo turno. Nunes estava muito mal; apanhou de todos e não conseguia sair das cordas. A Tabata deu um vareio nele. E o próprio Boulos chamou a atenção para a questão da máfia dos cemitérios e do ex-cunhado do Marcola, que é chefe de gabinete da secretaria. Foi um vareio. Tales Faria, colunista do UOL

Na opinião de Tales, Nunes saiu derrotado do debate e corre risco de nem chegar ao segundo turno, uma vez que a última pesquisa do Datafolha apontou para um crescimento nas intenções de voto em Marçal, tecnicamente empatado com o atual prefeito.

Esperava mesmo que o Marçal fosse tentar diminuir o tom. A estratégia dele era se apresentar, já que o eleitorado não o conhecia. Chamou atenção e criou confusão para aparecer e conseguiu chegar ao debate e ficar entre os primeiros colocados, que era o objetivo dele. Ele precisava mostrar a pele de cordeiro que existe nele. Mas Boulos o escalpelou.

Esse debate é decisivo para Boulos e menos mal para o Nunes e Marçal. Para Nunes, terrível. Para Marçal, menos mal, porque se você tirar a pele de cordeiro dele, não muda nada. Se ele for para o segundo turno, será isso mesmo. E aí ele vai se abraçar com o Bolsonaro. Será aquela coisa que o Lula previu de uma eleição polarizada. Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Boulos fez toxicológico para evitar insinuação pós-debate de Marçal

Guilherme Boulos (PSOL) apresentou o exame toxicológico no debate de ontem da TV Globo com os candidatos à Prefeitura de São Paulo como forma de escapar de novas acusações de Pablo Marçal (PRTB), como apurou o colunista Josias de Souza.

Marçal deixou de ser um personagem imprevisível. Tomado pelo comportamento exibido durante a campanha, ele se tornou terrivelmente previsível. Troquei mensagens com uma pessoa que atua no comitê do Boulos. Ela me disse que havia uma preocupação maior com as redes sociais no pós-debate do que propriamente no debate.

O maior receio deles era de que, após o debate, Marçal viesse com uma insinuação qualquer nas redes sociais, o que dificultaria uma resposta. Não daria para responder de bate-pronto e terminou o horário eleitoral de rádio e televisão. Então, eles resolveram fazer esse exame toxicológico.

Em princípio, parecia acertada a decisão de não fazer [o exame] lá atrás, porque não se pode ceder a estas chantagens de uma pessoa que explora determinado assunto sem exibir nenhuma evidência. Aqui, foi uma vacina que a campanha decidiu utilizar. Ficou parecendo um míssil disparado contra uma formiga. Josias de Souza, colunista do UOL

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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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