Leonardo Sakamoto

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Opinião

Dinheiro de Nunes e vídeos de Marçal farão UFC privê em SP até domingo

Após o Datafolha apontar um triplo empate técnico na liderança da corrida à Prefeitura de São Paulo e o debate da TV Globo ter sido ligeiramente melhor para Guilherme Boulos do que para Ricardo Nunes e Pablo Marçal, os dois candidatos que disputam o campo da direita farão o seu UFC particular de hoje até domingo.

Não que um segundo turno entre Nunes e Marçal não seja claramente possível. Mas ambos batem em Boulos não para tirar votos do deputado, mas a fim de arrancar votos um do outro. Para os dois, é um jogo de seis pontos: a desidratação de um é o crescimento do oponente.

De um lado, Ricardo Nunes com a rica máquina estatal do município e um exército de vereadores com suas redes capilarizadas de lideranças locais. Esse pessoal vai bater perna para tentar virar voto até domingo. Nunes pode não ser o rei do carisma e da comunicação, mas tem dinheiro em caixa e gente que não quer perder poder.

Do outro, Pablo Marçal e seu exército de produtores de cortes de vídeo movidos por ideologia ou cascalho, respaldados pela tropa de choque de deputados bolsonaristas que ignoraram Jair e até atropelaram a candidata do próprio partido para apoiá-lo. Essa é a hora em que retoma o carismático discurso de coach, prometendo o paraíso e a prosperidade pelas redes.

É um embate entre formas analógica e digital de fazer campanha e também de perfis opostos de candidatos.

Mas as coisas não são quadradinhas, tipo, um contra o outro. Nunes também disputar votos do petismo na periferia de São Paulo. Não à toa, nas últimas semanas, ele vem dizendo que gerou milhões de empregos na capital paulista enquanto o Palácio do Planalto credita isso aos esforços de Lula, padrinho de Boulos.

Ou seja, pode haver um movimento em que a base de Nunes tira votos que potencialmente seriam do deputado enquanto os soldados de Marçal removem votos que seriam de Nunes.

Na reta final, a campanha de Boulos também está de olho em votos da periferia que estão com Nunes, mas votaram em Lula em 2022. E, para isso, também espera contar com a base petista. E nos de Tabata Amaral. A campanha do deputado avalia que, se passar para o segundo turno, 60% dos eleitores da deputada teriam a sua preferência.

Já Marina Helena, do Novo, que enfrenta até seu correligionário Ricardo Salles apoiando Marçal, deve minguar entregando votos ao coach.

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Neste momento, há uma leve vantagem para Marçal, que vem demonstrando nas pesquisas dos institutos e nos trackings internos das campanhas uma tendência de crescimento firme nos últimos tempos. Mas, como sou contra bets, não faço apostas sobre o domingo. Apenas torço pela sabedoria dos paulistanos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL