Boulos vence Marçal por pontos
O debate da TV Globo teve como atração principal o confronto em que Guilherme Boulos prevaleceu sobre Pablo Marçal por pontos. No papel de coadjuvante, Ricardo Nunes entrou na briga com a cara. Desafiado por Boulos a explicar seu desapreço pelas mulheres, Marçal golpeou Nunes: "Quem não gosta de mulher aqui é alguém que tem boletim de ocorrência por agressão, por violência doméstica".
Calibrado pelo tríplice empate do Datafolha, o debate começou morno e propositivo. Até Marçal, cujo viés de alta esbarra numa rejeição de 53%, simulou preocupação com os problemas de São Paulo. Tabata Amaral, agarrada aos 11% que obteve no Datafolha, fez cara feia para o voto útil. Datena fez figuração. Depois do segundo bloco, com a audiência em queda, os ânimos ferveram.
Numa inversão de papeis, foi Boulos quem tirou Marçal do prumo. Tratou-o como "lobo em pele de cordeiro". Revidou com humor cáustico a pecha de radical. "O Marçal acusar alguém de extremista é igual a Suzane von Richthofen acusar alguém de assassinato." Armado, Boulos sacou um exame toxicológico quando o rival insinuou que frequentava "biqueiras". Desafiou Marçal a também exibir um exame, nem que seja um psicotécnico.
Com déficit de votos na periferia, Boulos grudou sua imagem à de Lula. Rebatizou sua vice de "Marta dos CEUs e do bilhete único". Para reforçar o caráter hemorrágico da migração do voto bolsonarista do cesto de Nunes para o seu, Marçal voltou a alegar que dispõe do monopólio antiesquerda. Não houve nocaute. Agarrado às cordas, nem Nunes beijou a lona. A briga prossegue nas redes sociais. A eleição de domingo continua indefinida.
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