Após resultado do 1º turno, Lula vai intensificar eventos em cidades-chave
Depois de uma campanha tímida no primeiro turno, o presidente Lula (PT) vai intensificar a agenda eleitoral para o segundo turno.
O que aconteceu
No primeiro turno, o presidente foi apenas a três cidades. Agora, o objetivo é que dê pelo menos uma passada nas cidades em que o PT e aliados ainda estão na disputa, em especial se for contra um candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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As idas podem ser parte da campanha ou institucionais. A avaliação do governo é que, mesmo que não vá a eventos eleitorais propriamente ditos, só a presença do presidente já reforça as chapas interessadas, em especial em cidades onde ele venceu em 2022, como Fortaleza e Natal.
Lula "vai estar presente naquilo que é possível enquanto presidente da República", disse o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, após se reunir com Lula nesta segunda (7). Ele minimizou as derrotas sofridas pelo governo.
Viagens programadas
Os compromissos já começam nesta semana. O presidente deve ir a Fortaleza na quinta (10), para um evento de educação, e a Belém na sexta (11), para uma reunião sobre a COP30, e no sábado (12), quando participa da celebração católica de Círio do Nazaré.
Hoje, diz o governo, Lula segue com um candidato em cada uma dessas cidades. Em Fortaleza, apoia Evandro Leitão, nome da aliança com o governador Elmano de Freitas (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santanta, contra o bolsonarista André Fernandes (PL).
A capital cearense é a maior cidade em que o PT lançou candidato. Lula participou do lançamento da candidatura de Leitão, única a ele ir fora de São Paulo, e, com alguns reveses, se tornou um norte para o partido sobre as eleições deste ano. Se retomar uma capital tão relevante, a situação é atenuada. Se perder, pode ser considerado um desastre.
Em Belém, Lula passará a apoiar o candidato do governador Helder Barbalho (MDB). Próximo ao governo, Barbalho lançou o deputado estadual Igor Normando (MDB-PA) contra o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), apoiado pelo PT, que acabou em terceiro. Ele vai para o segundo turno contra o também bolsonarista Delegado Élder Mauro (PL-PA).
Na semana que vem, já deve ir a Porto Alegre para reinaugurar o Aeroporto Salgado Filho. Na cidade, a deputada Maria do Rosário (PT) desafia o prefeito Sebastião Melo (MDB), apoiado por Bolsonaro. Mesmo com baixas chances de vitória, um crescimento da na capital gaúcha seria relevante para o partido.
Neste segundo turno, Lula também irá apoiar a reeleição de Fuad Noman (PSD) em Belo Horizonte. Com o deputado Rogério Correia (PT-MG) derrotado e ficando em quinto na capital mineira, o presidente deve endossar o candidato do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), contra mais um bolsonarista, o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG).
Só do PT, são 13 segundos turnos, incluindo quatro capitais. Além de Fortaleza e Porto Alegre, o partido disputa em Natal, com a deputada Natália Bonavides (PT-RN), e em Cuiabá, com o deputado estadual Lúdio Cabral (PT-MT).
Lula deverá ir à capital potiguar. Com ajuda da governadora Fátima Bezerra (PT), há uma aposta na eleição de Bonavides, mesmo que o deputado Paulinho Freire (União) seja apoiado pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos).
Em Cuiabá, Lula não vai. Com crescimento na reta final, a presença de Lúdio em uma cidade também bolsonarista, deixando para trás o candidato do governador Mauro Mendes (União), foi uma surpresa e a a avaliação é que a presença do presidente não ajudaria o petista.
Lula deve intensificar a agenda com Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo. Principal foco do presidente já no primeiro turno, com participação em quatro comícios e gravação de programa eleitoral na casa do deputado, Boulos deverá ser mais uma vez o foco das atenção.
Mesmo sem candidato próprio, São Paulo fica como prioridade. Isso ajuda a reforçar a noção de frente ampla pregada pelo governo. Na manhã de ontem (7), Padilha minimizou as derrotas do PT, apontando que muitos candidatos da base do governo seguiram na disputa.
A lógica do Planalto é que, se está em um partido que compõe o governo, então pode ser visto como uma vitória de Lula —mesmo que esses candidatos, como em Goiânia, Curitiba e São Paulo, sejam de oposição. "Lideranças que compõem essa frente ampla do governo, que apoiam o presidente Lula, que apoiaram o presidente Lula no primeiro, no segundo turno das eleições do ano passado [de 2022], derrotaram os ícones da extrema direita", disse o ministro.