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Quem venceu o 2º debate entre Nunes e Boulos em SP? Colunistas opinam

Do UOL, em São Paulo

19/10/2024 23h54Atualizada em 20/10/2024 11h58

O segundo debate entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo, foi marcado por uma escalada de ataques.

Quem venceu o debate realizado pela Record/Estadão? Veja opinião de colunistas do UOL:

Andreza Matais

Nunes e Boulos aproveitaram o debate na TV Record para ampliar a rejeição um do outro. A tática se justifica. No segundo turno, o eleitor tende a escolher o "menos pior". Nesse sentido, quem tem maior rejeição, perde.

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No entanto, foi uma pergunta do jornalista Marcelo Godoy, do Estadão, que desempatou "o toma lá, dá cá" e fez com que Nunes perdesse o debate para ele mesmo.

Ao questionar se Nunes usaria o celular no centro de São Paulo, o prefeito respondeu que esteve no local e relatou: "Eu vi as crianças brincando na praça da Sé às 22 horas."

Leonardo Sakamoto

Insatisfeito por estar perdendo por pontos o debate para Guilherme Boulos, o prefeito Ricardo Nunes decidiu que, desta vez, seria por nocaute. E deu um soco em si mesmo na noite deste sábado (19).

"Eu estive, outro dia, na Praça da Sé. Era por volta de 22 horas, as crianças brincando", disse ele, ao responder a uma pergunta de um jornalista sobre a falta de segurança no centro da cidade.

Se é ruim que Nunes possa ter inventado a cena, pior ainda é se ela realmente ocorreu. Pois, nesse caso, são enormes as chances de terem sido crianças em situação de rua. O que apenas reforçaria outra grande crítica ao prefeito, ou seja, o aumento da população vulnerável morando ao relento sob sua gestão. Não foi suficiente para mudar a eleição, mas para passar vergonha.

Raquel Landim

Boulos foi efetivo em apontar as contradições do prefeito Nunes no debate da Record. Ele insistiu nas suspeitas de corrupção, no "salto alto", nas evasivas e, principalmente, na situação real da cidade de São Paulo

O principal escorregão do prefeito ocorreu ao ser questionado pelo repórter Godoy se o prefeito se sentia seguro em andar da Praça da Sé ao Largo Paissandu às 23 horas. Nunes saiu com uma pérola:

- "Eu estive na Praça da Sé às 22 horas e vi as crianças brincando", afirmou Nunes.

O formato parado também favoreceu Boulos. No debate da Bandeirantes, os dois podiam andar pelo palco e Boulos passava mais agressividade.

Já Nunes usou a tática de reforçar a rejeição do candidato do PSOL: "invasor, inexperiente, extremista, contra a Polícia Militar". A rejeição de Boulos já está em 56%.

O problema para o candidato do PSOL, que está atrás nas pesquisas, é que a campanha para a Prefeitura de São Paulo "cansou".

Tales Faria

A pergunta que fica é por que o prefeito Nunes agora se dispôs a apanhar de Boulos no debate da Rede Record. O encontro deste sábado mostrou, mais uma vez, que ele não é bom de debates.

Na quinta-feira, 17, Nunes faltou de última hora ao debate eleitoral promovido por UOL/Folha/RedeTV. Foi chamado de fujão pelo adversário e recebeu críticas de toda a mídia, embora os analistas políticos reconheçam que é hábito de quem está na frente nas pesquisas não ir a debates, como é o caso do prefeito. Então era esperado que ele faltasse mais uma vez.

No debate da Record, além das acusações de envolvimento da prefeitura com o crime organizado, Nunes voltou a ser colocado contra a parede pelo adversário ao não responder à pergunta se aceitava abrir seu sigilo bancário.

A única explicação possível é que, nos levantamentos feitos por sua própria equipe de campanha, a ausência no debate do dia 17 pesou negativamente. Ou que se teme algo que vem por aí.

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