Boulos aponta contradições de Nunes, mas campanha de São Paulo já cansou
O candidato Guilherme Boulos (PSOL) foi efetivo em apontar as contradições do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no debate da Record.
Ele insistiu nas suspeitas de corrupção, no "salto alto", nas evasivas e, principalmente, na situação real da cidade de São Paulo
O principal escorregão do prefeito, no entanto, nem foi provocado pelo adversário, mas pelo repórter do Estadão, Marcelo Godoy. Questionado por Godoy se sentia-se seguro em andar da Praça da Sé ao Largo Paissandu às 23 horas, Nunes saiu com uma pérola:
- "Eu estive na Praça da Sé às 22 horas e vi as crianças brincando", afirmou Nunes.
O formato parado também favoreceu Boulos. No debate da Bandeirantes, os dois podiam andar pelo palco e Boulos passava mais agressividade.
Já Nunes usou a tática de reforçar a rejeição do candidato do PSOL: invasor, inexperiente, extremista, contra a Polícia Militar. A rejeição de Boulos já está em 56%.
O problema para o candidato do PSOL, que está atrás nas pesquisas, é que a campanha para a Prefeitura de São Paulo "cansou".
Segundo o Datafolha, 86% dos eleitores estão convictos de sua escolha.
No debate, os temas e até os ataques são todos repetidos: vacina, aborto, drogas, tiro em boate, esquemas de corrupção, boletim de ocorrência da esposa etc. etc. etc.
Até mesmo a discussão sobre de quem é a responsabilidade pelo apagão já foi feita, sem chegar a uma conclusão.
Foram muitos debates, sabatinas, "lives" nas redes —o que é saudável numa democracia. Só que nesta campanha, teve outro elemento: a agressividade.
Pablo Marçal (PRTB) prestou um grande serviço a Nunes. Aumentou a rejeição de Boulos e deixou a população exausta.
Essa campanha foi tão agressiva que ninguém aguenta mais.
Boulos quis deixar um clima no ar dizendo que na segunda-feira faria um anúncio que mudaria e eleição. Será?
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