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2ª dose da vacina contra covid: Quando, onde e por que tomar

Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/08/2021 05h00

Três das quatro vacinas contra covid-19 aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) devem ser tomadas em duas doses: CoronaVac; Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Fiocruz. Apenas a vacina da Janssen, fabricada pela Johnson&Johnson, é de dose única.

De acordo com o boletim epidemiológico da covid-19 do fim de julho, divulgado pelo Ministério da Saúde, 5,4 milhões de pessoas não voltaram aos postos de saúde para completar a imunização com a segunda dose dentro do intervalo necessário. No Brasil, as duas doses da CoronaVac deve ser tomadas em três semanas; as da AstraZeneca e da Pfizer, em dois meses.

Com o objetivo de incentivar a população e mostrar a importância de completar o ciclo vacinal, o Ministério da Saúde criou, em julho, uma campanha de conscientização com a participação do Zé Gotinha.

O UOL preparou uma série de perguntas e respostas rápidas sobre o fim do esquema vacinal. Confira:

2ª dose da vacina contra covid: Tire suas dúvidas

Tenho que tomar a segunda dose?

Sim. Para completar o "esquema vacinal" das vacinas CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca, é necessária a aplicação da segunda dose. Somente a Janssen é vacina de dose única.

    O que acontece se não tomar a segunda dose?

    Os estudos clínicos das vacinas de dose dupla (CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca) garantem a eficácia e segurança dos respectivos imunizantes com a aplicação das duas doses. Sem a segunda dose, não é possível atingir esse objetivo.

    E se eu atrasar a segunda dose?

    Segundo a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), se o prazo para tomar a segunda dose da vacina ultrapassar o intervalo máximo recomendado pelo fabricante, não é preciso recomeçar o ciclo vacinal. É só ir ao posto, com documento de identidade e comprovante da primeira dose, para completar a imunização.

    Lembrando que os respectivos estudos de eficácia e segurança dos imunizantes de duas doses consideram as duas aplicações dentro do intervalo recomendado.

    Posso adiantar a segunda dose?

    O infectologista Renato Kfouri, diretor da SBIm, diz que os intervalos entre a primeira e segunda dose são definidos a partir do resultado dos estudos clínicos e também considerando a estratégia dentro dos programas de imunização.

    "Às vezes, em um cenário de restrição de dose, como o que a gente está vivendo, aumentar o intervalo [entre a primeira e a segunda dose] dentro do que os estudos mostram pode ser uma estratégia para oferecer a primeira dose a um número maior de pessoas", afirma.

    Por isso, hoje, a recomendação é não adiantar e manter os intervalos mínimos e máximos propostos no programa.

    Posso tomar 2ª dose em intervalo menor do que o previsto pelo fabricante?

    Não. Para garantir a eficácia, é necessário respeitar o intervalo proposto pelo fabricante da vacina e pelo Ministério da Saúde —que varia entre três semanas e três meses.

    Os intervalos entre as doses, previstos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), são:

    • CoronaVac - entre duas e quatro semanas
    • Pfizer - maior ou igual a 21 dias
    • AstraZeneca - entre quatro e 12 semanas

    Em quanto tempo, depois da segunda dose, estarei imunizado?

    De acordo com a SBIm, em média, é preciso esperar um intervalo de duas semanas (15 dias) após aplicação da segunda dose. É o tempo para o organismo produzir anticorpos contra a doença.

    Segundo o Instituto Butantan, as vacinas introduzem no organismo humano uma partícula chamada antígeno, que é responsável por fazer o corpo reconhecer o vírus e produzir anticorpos contra ele. Assim, se o indivíduo tiver contato com o vírus, o organismo já tem anticorpos de defesa. Por isso, é necessária essa "janela de imunização".

    Se não houver segunda dose no mesmo posto, posso ir a outro?

    A regra varia de acordo com o município. A Prefeitura de São Paulo até recomenda, por exemplo, que o munícipe retorne ao mesmo local de aplicação da primeira dose. No entanto, nada impede que a imunização seja completada em um posto diferente —o importante é encerrar o ciclo vacinal.

    Na capital paulista, munícipes podem consultar o "De Olho na Fila", plataforma criada pela administração municipal, para saber quais vacinas estão disponíveis para segunda dose em cada posto.

    Posso tomar a segunda dose em cidade diferente da primeira?

    O recomendado é tomar no mesmo local para maior controle. No entanto, segundo Renato Kfouri, infectologista, se não for possível, como em caso de viagem, por exemplo, a segunda dose pode ser aplicada em outro município.

    A segunda dose tem mais reação do que a primeira?

    De acordo com o infectologista Renato Kfouri, da SBIm, as vacinas da Pfizer e da Moderna (ainda não disponível no Brasil) costumam manifestar mais eventos adversos após a aplicação da segunda dose.

    Já com a AstraZeneca é ao contrário: há mais risco de ter reação na primeira dose do que na segunda.

    A CoronaVac não tem diferença —é uma vacina menos reatogênica.

    "Não há uma explicação muito clara para isso. É da natureza de cada imunizante e da resposta imune que desencadeiam. Isso a gente descobre depois que desenvolve a vacina e aplica na população", diz Kfouri.

    Posso misturar vacinas --tomar a primeira dose de uma e a segunda de outra?

    De forma geral, a resposta é negativa. Segundo o Ministério da Saúde, ainda não há nenhum estudo em larga escala que comprove a segurança e eficácia da intercambialidade entre as vacinas disponíveis. Caso isso aconteça, a pasta orienta que o munícipe comunique o erro no "e-SUS Notifica" e acompanhe eventuais eventos adversos.

    Apesar disso, nota técnica do Ministério da Saúde permite a intercambialidade entre a AstraZeneca e a Pfizer em apenas dois casos:

    • Quando não for possível a segunda dose do mesmo fabricante, seja por contraindicações específicas ou pela falta do imunizante; e
    • Para mulheres que receberam a primeira dose da AstraZeneca e estão gestantes ou puérperas (até 45 dias após o parto) no momento da segunda dose. Elas podem tomar a Pfizer na segunda aplicação.

    A recomendação é feita com base em evidências de estudos conduzidos com estas duas vacinas e vale ressaltar que eles são limitados, devido ao tamanho das amostras (de pessoas envolvidas)l, segundo a nota do Ministério da Saúde.

    Tenho que continuar usando máscara depois da segunda dose?

    Sim. É recomendação do próprio Ministério da Saúde que, mesmo após tomar a segunda dose da vacina, a população continue com as medidas de proteção sanitária, como uso de máscaras e distanciamento social. Alguns países liberaram o uso do acessório, principalmente ao ar livre, mas com a retomada de alta nos casos —principalmente por causa da variante delta—, a obrigação está sendo discutida novamente.

    Nenhum dos imunizantes é 100% eficaz e eles não impedem a contaminação pelo vírus da covid-19 e, tampouco, bloqueiam eventual transmissão.

    Além disso, como explica o Instituto Butantan, até que a "imunidade de rebanho" seja atingida, as pessoas que já foram vacinadas podem ser "vetores da doença" —ou seja, ainda podem transmitir a doença, ainda que não estejam infectadas.

    Tive covid-19 depois da aplicação da primeira dose. Devo tomar segunda?

    Sim. Pessoas que tiveram covid-19 no intervalo entre as duas doses devem tomar a segunda dose da vacina. No entanto, segundo o infectologista Renato Kfouri, é preciso respeitar o intervalo de 30 dias após o primeiro dia de sintomas da doença.

    "É um período de segurança para o restabelecimento, mesmo que isso atrase a segunda dose em relação ao prazo determinado pelo fabricante", afirma.

    Posso beber antes de tomar a segunda dose?

    Consumir bebida alcoólica em quantidade moderada não altera a resposta imune da vacina. É o que diz a SBIm, que reúne especialistas em imunização, e também faz o alerta: em qualquer situação, ingerir álcool em quantidade excessiva gera um efeito imunodepressor e deixa a pessoa mais vulnerável a infecções.

    Fonte: Anvisa, Prefeitura de São Paulo, Instituto Butantan, SBIm

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