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Estudantes preparam manifestação-relâmpago contra Chávez em Caracas

Da Agência Brasil

29/01/2010 16h05

Liderados pelos estudantes da Universidade Católica Andrés Bello (UCBA) da Venezuela, os universitários do país preparam paraesta sexta-feira (29) um protesto-relâmpago em uma das principais avenidas de Caracas.

A manifestação é uma reação às ameaças do governo do presidente Hugo Chávez de reprimir os protestos que põe em dúvida a liberdade de expressão no país. A série de protestos agrava a tensão política interna provocada por baixas no governo e pela crise de desabastecimento de energia.

A onda de manifestações começou no fim de semana depois da suspensão dos sinais de seis canais de televisão. Hoje completa o 6º dia de protestos. Ontem (28) Chávez apelou aos prefeitos para que usem a força policial para repreender as ações populares.

Os estudantes evitam detalhar o horário e o local da manifestação. Mas avisam que todos os interessados serão informados. O receio deles é que a repressão oficial iniba as adesões e intensifique a segurança.

Os protestos têm levado centenas de venezuelanos às ruas das principais cidades do país. Oficialmente, duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas. Os manifestantes denunciam agressões das autoridades de segurança.

O estopim para a onda de manifestações foi a suspensão do sinal da emissora independente RCTV considerada uma das mais populares do país. Há quase três anos a emissora é obrigada a transmitir sua programação de Miami (Estados Unidos), depois que o governo venezuelano não renovou sua concessão. Outros cinco canais de televisão também tiveram os sinais suspensos.

Segundo o governo Chávez, as redes de televisão não cumpriram com as regras para a transmissão de sua programação. No entanto os diretores das emissoras afirmam que a decisão é política. No caso da RCTV a emissora não teria transmitido a íntegra de um discurso do presidente da República.

A série de manifestações ocorre na mesma semana em que o vice-presidente, os ministros e até o presidente do Banco Central renunciaram aos cargos. Alegando questões pessoais, o vice-presidente da República e ministro da Defesa, Ramón Carrizalez, e sua mulher, a ministra do Meio Ambiente Yubirí Ortega, deixaram o governo.

Em seguida foi a vez do presidente do Banco Central da Venezuela, Eugenio Vazquez Orellana, que também renunciou. Chávez anunciou os nomes dos substitutos, mas o cargo no Banco Central continua vago.