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Confrontos durante captura de suposto traficante deixam 44 mortos na Jamaica

Do UOL Notícias

Em São Paulo

26/05/2010 11h00

Pelo menos 44 pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança em um bairro da capital da Jamaica,  Kingston, durante operação de captura de um suposto narcotraficante, segundo dados de fontes independentes divulgados por Bishop Herro Blair, pastor evangélico que é um dos principais líderes religiosos da Jamaica. Os números, segundo Blair, se referem apenas à região de West Kingston, na capital jamaicana. Anteriormente, a policia havia divulgado a morte de 26 civis em todo o país.

As forças de segurança enfrentam gangues que resistem desde segunda-feira com violência à ordem de detenção de Christopher "Dudus" Coke, procurado pelos Estados Unidos por tráfico de armas e drogas.

 Apoiada por tropas do exército e com a ajuda de helicópteros, a polícia iniciou na segunda-feira um assalto ao bairro pobre do oeste de Kingston, fortaleza do traficante. A operação foi executada depois que na semana passada o governo assinou o pedido de extradição e no domingo declarou estado de emergência.

Ontem (25), violentos confrontos entre grupos armados que protegem um suposto chefão do tráfico de drogas e a polícia jamaicana transformaram Kinsgton em um campo de batalha. O primeiro-ministro da ilha, Bruce Golding, lamentou a perda de vidas e prometeu restabelecer a lei e a ordem na nação caribenha.

Na terça-feira, o governo pediu aos moradores da capital que permaneçam em suas casas. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, saudou o compromisso do governo de garantir os direitos civis durante os enfrentamentos.

Soldados armados com fuzis patrulhavam a turbulenta zona de Tiboli Gardens, revistando casa por casa em busca de Coke.

As ruas de Kingston, sempre barulhentas e alegres, estavam completamente desertas enquanto os helicópteros cruzavam os céus da capital.

As escolas e lojas permaneceram fechadas e os táxis se negam a transportar passageiros.

Também na terça-feira, várias companhias aéreas cancelaram seus voos na capital desta ilha caribenha de 2,8 milhões de habitantes.

A embaixada dos Estados Unidos instruiu seus cidadãos a não viajarem para a Jamaica e suspendeu seus serviços não-essenciais.

Para os moradores de Tiboli Gardens, área violenta e pobre da capital, Coke -que se define como um simples comerciante- é um herói solidário aos vizinhos.

Aqueles que o apoiam se armaram e atacaram delegacias de polícia e ergueram barricadas ao redor de Tivoli Gardens, bairro onde nasceu o primeiro-ministro.

"Devem entender, estamos travando uma guerra", indicou o chefe de polícia Glenmore Hindos.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos classifica Coke como um dos "narcotraficantes mais perigosos".

Ele é acusado de liderar desde 1990 um gangue internacional denominada "The Shower Posse", que vende maconha e pasta base de cocaína em Nova York e para outros lugares dos Estados Unidos.

Foi formalmente processado em agosto nos Estados Unidos por conspiração para traficar drogas e armas ilegais. Se for considerado culpado, será condenado à prisão perpétua.

* Com as agências internacionais