Empresa inicia operação crucial para tentar acabar com vazamento de petróleo no Golfo do México
![Região coberta por mancha de óleo próximo à Brush Island, EUA; <b>veja mais fotos</b> - Win McNamee/Getty Images/AFP](https://n.i.uol.com.br/noticia/2010/05/26/regiao-coberta-por-mancha-de-oleo-no-golfo-do-mexico-proximo-a-brush-island-louisiania-eua-1274902850244_615x300.jpg)
A empresa British Petroleum (BP) iniciou na tarde desta quarta-feira (26) uma complexa operação para tentar tapar o vazamento de petróleo que já dura cinco semanas no Golfo do México. A operação consiste em injetar lodo no poço e depois tampá-lo com concreto. Se realizada, será a primeira vez que algo do tipo será realizado a 1.500 metros de profundidade.
Câmera subaquática mostra vazamento
Se a "sufocação" do poço entrar para a lista de fracassos da BP, o governo dos Estados Unidos pode se ver na obrigação de assumir diretamente os esforços para controlar esse que já é o pior vazamento de óleo na história do país.
A Guarda Costeira disse ter aprovado a operação após as consultas realizadas com cientistas do governo norte-americano.
O presidente Barack Obama tem ordenado nos últimos dias a assessores que "tampem o maldito buraco", e na sexta-feira deve ir à costa sul dos EUA pela segunda vez desde o início do vazamento no poço de petróleo, em 20 de abril, causado pela explosão e naufrágio de uma plataforma de exploração, que deixou 11 mortos.
Apesar da irritação com a BP - que admitiu ter cometido o "erro fundamental" de manter a plataforma em operação nas horas subsequentes ao acidente -, o governo depende quase que exclusivamente da tecnologia de águas profundas da empresa para resolver esse problema.
Uma pesquisa da emissora norte-americana CBS divulgada na terça-feira mostrou que 70% dos norte-americanos reprovam a atuação da BP no desastre, enquanto 45% criticam o comportamento do governo Obama.
Entenda a operação
da British Petroleum
As ações da BP sofreram nova queda na quarta-feira, de 0,92%, mantendo a tendência registrada desde o acidente, período em que o valor de mercado da companhia na Bolsa de Londres caiu quase US$ 50 bilhões, ou cerca de 25%.
Usando robôs submarinos, os engenheiros da BP pretendem na quarta-feira injetar fluidos pesados (como lama) até a boca do poço, a 1.600 metros de profundidade. É uma manobra (conhecida como "top kill", algo como "matar por cima") que nunca foi tentada a tamanha profundidade. Consiste basicamente em "sufocar" o vazamento dentro do poço.
Na terça-feira, os técnicos já fizeram testes com a lama na boca do poço, para avaliar se a pressão poderia danificar mais o poço e aumentar o vazamento.
A BP estima em 60% a 70% as chances de sucesso da operação. Fontes do setor presentes no evento Reuters Global Energy Summit disseram que a manobra é "factível", com cerca de 50 por cento de chances e pouco risco de agravar o vazamento.
Outras opções cogitadas pela BP seriam a instalação de um novo domo de contenção (dois outros já fracassaram) e a colocação de uma nova válvula de segurança ("blowout preventer"), no lugar da que apresentou defeito e foi incapaz de evitar a explosão da plataforma.
Na véspera da "sufocação" do poço, donos de barcos pesqueiros impossibilitados de trabalhar por causa do óleo se reuniram em Venice, na Louisiana, e tentaram ser otimistas. "Tomara que funcione", disse Larry Hooper. "Tenho enormes dúvidas, mas espero para caramba que funcione."
Veja as imagens mais recentes da operação
* Com informações da Reuters e AFP
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