Topo

Fundo da BP para compensar danos deve pagar indenizações em até 60 dias, diz administrador

Do UOL Notícias <br> Em São Paulo

18/06/2010 14h41

O fundo de US$ 20 bilhões instituído pela petrolífera BP para compensar os danos devido ao derramamento de óleo no golfo do México vai pagar todos as reivindicações de forma rápida, afirmou nesta sexta-feira (18) Kenneth Feinberg, administrador independente do fundo. Segundo Feinberg, os pagamentos indenizatórios deverão ser pagos no prazo de 30 a 60 dias.

O fundo vai utilizar uma "metodologia transparente” para realizar os “pagamentos imediatos” para os pedidos indenizatórios, enquanto os demais pagamentos de emergência devem continuar, disse Feinberg.

O presidente da BP, Carl-Henric Svanberg, afirmou hoje, durante uma entrevista à rede Sky TV, que é impossível dizer quanto o projeto final para os gastos de limpeza e reparos vai custar. Svanberg destacou a solidez da BP. “A empresa é forte, tem desempenho forte e um fluxo de caixa e operações forte”.

Durante a entrevista a rede Sky TV, Svanberg disse também que o presidente-executivo da empresa, Tony Hayward, sabatinado ontem no Congresso americano, vai realizar uma supervisão diária nos esforços da BP na contenção do óleo no golfo do México.

Além do fundo de US$ 20 bilhões para custear os estragos reivindicados pela população e empresários atingidos pelo vazamento de petróleo no golfo do México, a BP também concordou em estabelecer outro fundo de US$ 100 milhões para compensar os trabalhadores que foram demitidos ou prejudicados pelo acidente.

Evasivo

Ontem, o presidente-executivo da BP, Tony Hayward, foi interrogado pela primeira vez no Congresso norte-americano, na tentativa de demonstrar o compromisso da petrolífera em resolver a maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos.

Hayward afirmou aos congressistas integrantes da comissão de Energia e Comércio que "lamenta profundamente" pelo desastre e afirmou que “como líder da BP, nós não vamos descansar até resolvermos tudo”. Hayward também afirmou que a BP se compromete a custear todos os gastos com a limpeza do óleo.

Vazamento no golfo do México faz Brasil rever planos de emergência

O governo brasileiro decidiu rever as diretrizes que regem os planos de emergência em todo o país para acidentes de poluição com petróleo. Criados em 2001 e revisados pela última vez em 2007, os planos de emergência são uma obrigação das empresas que fazem parte da cadeia do petróleo, mas cabe ao governo não apenas definir suas diretrizes como também aprovar o documento final. A legislação brasileira exige que cada plataforma ou empreendimento no país tenha um plano de emergência individual. Já a aprovação de cada um desses documentos é responsabilidade do poder público.

Apesar das declarações, Hayward foi evasivo em grande parte das perguntas e irritou os congressistas. Por diversas vezes, Hayward afirmou que que não era informado sobre os detalhes técnicos e de segurança das perfurações de petróleo no golfo do México. “Eu não estava envolvido em nenhuma dessas decisões”, disse.

A ausência de respostas diretas irritou o presidente da comissão, deputado Henry Waxman (democrata da Califórnia). “O senhor está agindo como se não tivesse nada a ver com esta empresa”, retrucou o congressista. Hayward disse que não está preparado para emitir juízo sobre o que ocorreu de errado na perfuração da plataforma “Deepwater Horizon”, e destacou que sente “um grande senso de responsabilidade sobre o acidente”.

Os congressistas insistiram em questionar uma série de detalhes sobre os procedimentos de perfuração, se eram arriscados ou não. Hayward afirmou, repetidamente, que não podia responder perguntas específicas porque não estava envolvido na tomada de decisões da BP.

Hayward acrescentou que todo o processo e equipamento de perfuração usado pela BP na plataforma “Deepwater Horizon” foi aprovado pela MMS (Mineral Management Service), agência reguladora da exploração de recursos minerais e petróleo.