Líbano responsabiliza Israel por qualquer ataque contra seus cidadãos a bordo de navios com destino à Gaza
As autoridades libanesas enviaram nesta terça-feira (22) uma carta a ONU responsabilizando Israel por qualquer ataque contra seus cidadãos, diante da ameaça israelense de atacar navios libaneses que se dirigirem à faixa de Gaza.
A agência nacional de notícias do Líbano informou que o país enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por meio de seu ministério de Assuntos Exteriores, em resposta à carta enviada por Israel à organização no dia 18 de junho.
Em sua carta, Israel responsabilizou o Líbano por qualquer embarcação que sair do país com destino a Gaza e ameaçou atacá-la.
"A lei libanesa não permite que os navios se dirijam a qualquer porto sob controle israelense, incluído o de Gaza, mas também não pode proibir que um navio saia de seus portos se sua carga, passageiros e destino estiverem em conformidade com as leis", argumenta a carta libanesa.
O primeiro destino das embarcações libanesas é o Chipre, por isso, os navios que devem partir do Líbano nos próximos dias não transgrediriam a lei.
Em sua carta, o Líbano também pede que a comunidade internacional pressione Israel para que aplique a resolução que pôs fim à guerra de 2006 entre o Exército israelense e o Hisbolá e para que cesse suas violações e ataques contra o território libanês.
Julia
O navio chamado "Julia" composto apenas por ativistas mulheres, recebeu autorização do governo do Líbano para partir com destino à faixa de Gaza ontem. A embarcação deve seguir primeiro para Chipre e nos próximos dias chegar à Gaza.
Ataque de Israel mata nove ativistas
Marinha de Israel atacou, no dia 31 de maio, uma frota de seis embarcações com ativistas que tentavam furar o bloqueio à faixa de Gaza e entregar suprimentos à região. Ao todo, nove ativistas turcos morreram
“Recebemos permissão para ir a Chipre e agora estamos preparando os detalhes finais”, afirmou o sírio de origem palestina Yasser Kashlak, que lidera a organização Movimento Palestina Livre (Free Palestine Movement) que lidera a viagem.
Segundo os organizadores, o navio deve chegar à Gaza nos próximos dias, mas nenhum deles confirmou a data exata de partida do navio devido a preocupações com a segurança.
O ministro dos Transportes do país, Ghazi Aridi, disse que o navio tem registro francês está ancorado no porto de Tripoli. A embarcação pode deixar o local a qualquer momento, já que passou por todas as inspeções portuárias. Segundo Aridi, a missão foi nomeada de “Mariam” –em alusão a “Maria”, mãe de Jesus-- e deve seguir para o Chipre primeiro.
Aridi ressaltou que o governo do Líbano deve assumir total responsabilidade sobre a rota do navio, além de sua carga e das ativistas a bordo – tanto estrangeiras, quanto libanesas.
A embaixadora israelense na ONU, Gabriela Shalev, alertou na sexta-feira que a tentativa dos organizadores da flotilha em navegar para Gaza a partir do Líbano poderia aumentar as tensões e prejudicaria a paz e segurança entre as duas nações.
Shalev destacou em particular a saída de navios do Líbano, que “permanece em estado de hostilidade com Israel” e citou uma “possível ligação” entre os organizadores da missão e o grupo Hezbollah.
*Com agências internacionais
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