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Ingrid Betancourt afirma que não processará governo colombiano

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

12/07/2010 07h26

A ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt negou neste domingo que vá processar o Estado colombiano pelos prejuízos ocasionados durante seu sequestro pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e afirmou que os US$ 6,8 milhões que exige em uma ação de conciliação é um número simbólico.

Em entrevista divulgada pelo "Canal Caracol", a ex-refém das Farc disse que a informação que se divulgou é distorcida e declarou que não há nem haverá nenhum processo contra o Estado.

"Não há nenhum ataque contra o governo que me libertou nem contra o presidente Álvaro Uribe, a quem devo todo o agradecimento e reconhecimento. Não há um processo contra as Forças Militares que me tiraram das garras das Farc", disse, responsabilizando totalmente os rebeldes de seu sequestro de mais de seis anos.

Segundo Betancourt, ela e sua família apresentaram uma solicitação de conciliação com a qual procura que as outras vítimas do terrorismo, como os parentes dos de sequestrados, possam ser reparadas e indenizadas.

"Desde o princípio nós estabelecemos com os advogados que não íamos processar o Estado colombiano", ressaltou.

Sobre a raiva e indignação que causou na Colômbia a milionária solicitação de Betancourt no valor de 13 bilhões de pesos (US$ 6,8 milhões), a ex-refém afirmou que é simbólica e disse que se arrepende de ter apresentado esse pedido da maneira que foi feita.

"Essa soma, que é astronômica e absurda, é simbólica, é simbólica porque é muito difícil pretender taxar o sofrimento das famílias vítimas do terrorismo", comenta.

A ex-candidata presidencial assinalou que seus advogados fizeram-no em um afã de solidariedade com os demais ex-sequestrados que apresentaram processos de reparação.

Betancourt assegurou também que o Estado colombiano nunca aceitou uma ação de conciliação e por isso ela e seus advogados sabiam que os 13 bilhões de pesos que exigem são um "número totalmente simbólico e não representa nada".

"É necessário que o que aconteceu comigo não volte a acontecer com ninguém e me parece importante que os cidadãos possam conversar com o Estado colombiano e analisar os erros e dizer-lhe quando algo não está bem", disse.

A ex-refém das Farc acrescentou que no dia de seu sequestro lhe foram retirados os seguranças e os militares lhe permitiram a passagem a uma zona onde se apresentavam combates com a guerrilha.

"Manipular a segurança significa controlar a campanha de um candidato e isso é gravíssimo que aconteça no país", disse, especificando que para ela foi muito doloroso que os colombianos tenham ficado com a sensação de que o que ela procura é uma reparação milionária.

*Com informações da agências EFE