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Protestos na França afetam transportes, abastecimento de combustível e cancelam aulas

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

18/10/2010 10h21

A série de protestos contra a reforma no sistema de aposentadoria na França continua nesta segunda-feira (18), afetando os transportes no país (trens não funcionam em várias regiões e voos foram cancelados), atrapalhando o abastecimento de combustível e cancelando aulas em vários institutos de educação. Está marcada ainda uma greve geral para esta terça-feira (19).

Os sindicatos protestam contra o atraso da idade mínima de aposentadoria de 60 a 62 anos e de 65 a 67 para recebimento integral dos valores relativos à previdência.

O ministério do Interior francês anunciou nesta segunda-feira a ativação de uma "célula interministerial de crise" para garantir o abastecimento de combustível -- mais de mil postos de gasolina, dos 12.500 do país, estavam sem combustível ou em dificuldades nesta segunda, segundo a União de Importadores Independentes de Petróleo (UIP).

"A célula interministerial de crise começará a funcionar às 14h (9h de Brasília) presidida pelo ministro do Interior, Brice Hortefeux", afirma um comunicado ministerial.


Muitos motoristas encheram os tanques de seus carros nos últimos dias após as informações de uma possível falta de combustível com a greve que afeta, desde a semana passada, 12 refinarias da França como parte da mobilização social contra a reforma do sistema de aposentadoria do governo de Nicolas Sarkozy.

Voos e estradas
Cerca de 30% dos voos previstos para esta amanhã foram cancelados por causa da greve. No aeroporto de Orly, em Paris, a percentagem chega a 50%, informou a Aviação Civil do país.

Os problemas no transporte aéreo se somam aos que vivem os trens, com o cancelamento de metade das viagens previstas para esta segunda, e aos de circulação por estrada, provocados pelos caminhoneiros que bloqueiam algumas rotas e dificultam o trânsito em outras.

Os caminhoneiros estão em pontos estratégicos, como os depósitos de combustíveis.

As doze refinarias do país se mantêm paralisadas, o que faz com que centenas de postos de gasolina estejam sem fornecimento de combustíveis.

Centenas de institutos de educação estão fechados em protesto contra a reforma. Segundo o governo, são 200, mas os estudantes garantem que são 600.

Em cidades como Toulouse, ao sul, e Saint Etienne (centro-leste), militantes e grevistas bloquearam áreas de transportes urbanos de passageiros.

O tráfego de trens continua prejudicado nesta segunda-feira, na véspera de um novo dia de greves e manifestações convocada pelos sindicatos franceses para terça-feira.

Reforma polêmica
Considerada a medida principal do mandato de Nicolas Sarkozy, a reforma deverá ser votada no Senado na próxima quarta-feira.

O primeiro-ministro, François Fillon, disse neste domingo que não é cogitada uma retificação da reforma, e assegurou que vai intervir se for necessário para que o país não fique parado.