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Israel responde críticas de Obama e diz que Jerusalém "não é assentamento"

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

09/11/2010 19h34

O governo israelense rejeitou nesta terça-feira (9) as críticas a seus projetos de construção de novas casas nos assentamentos judeus de Jerusalém Oriental, que, para a comunidade internacional, prejudicam as negociações de paz com os palestinos.

“Jerusalém não é um assentamento, é a capital do Estado de Israel”, afirma um pronunciamento do gabinete do premiê israelense Binyamin Netanyahu.

O governo acrescenta que Israel “nunca concordou em limitar de forma alguma as construções em Jerusalém, onde moram 800 mil habitantes”.

A comissão de planejamento do ministério israelense do Interior aprovou na última semana um projeto de levantamento de 1.300 casas em três bairros de colonização em Jerusalém Oriental.

"Este tipo de atividade nunca contribui para a paz", afirmou sobre o tema o presidente americano, Barack Obama, em Jacarta, onde realiza uma visita oficial.

"Preocupa-me o fato de que cada parte não se esforce para que haja um avanço", disse Obama, em referência às negociações lançadas em 2 de setembro em Washington e interrompidas desde o dia 26 de setembro, quando uma moratória israelense sobre a colonização na Cisjordânia expirou.

Em resposta clara, o governo de Israel respondeu na declaração de hoje que não vê “conexão” entre o processo de paz e os planos de construção em Jerusalém.

Mais críticas

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, manteve o tom de Obama ao afirmar que “este plano de construção contradiz os esforços feitos pela comunidade internacional para retomar as negociações diretas, e esta decisão deveria ser anulada".

"As colônias são ilegais em virtude do direito internacional, constituem um obstáculo à paz e ameaçam tornar impossível a solução de dois Estados", acrescentou Ashton em um comunicado.

A Rússia também considerou "necessário que a parte israelense se abstenha das obras anunciadas" para permitir que "continuem as negociações entre israelenses e palestinos", segundo um comunicado do ministério russo das Relações Exteriores.

Na segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, havia declarado que estava "preocupado" com esta decisão, no fim de uma conversa com Netanyahu.

*Com agências internacionais