Obama e Piñera tentam encerrar mal-entendido entre Estados Unidos e Chile
Os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e dos Estados Unidos, Barack Obama, resolveram ontem (22) encerrar o mal-entendido entre os dois países que vem desde 1973. Em 1973, os norte-americanos apoiaram o golpe de Estado liderado pelo general Augusto Pinochet, impondo a ditadura no país. Segundo Piñera, a cooperação norte-americana ao golpe deve ficar no passado.
"Com o presidente Obama, tivemos uma conversa longa e profunda e nos faltou tempo para conversas sobre o futuro, então não vamos voltar ao passado, isso foi há 40 anos", disse Piñera referindo-se à cooperação dos Estados Unidos na deposição do então presidente Salvador Allende, em 1973.
Obama optou por um tom diplomático ao comentar o apoio que o governo norte-americano deu aos militares no Chile. “A história das relações entre os Estados Unidos e a América Latina foi bastante tumultuada. É importante compreender e esclarecer a nossa história”, disse ele, lembrando que “não pode” responder por políticas anteriores.
Piñera ressaltou que o governo apresentou à Justiça do Chile pedido de investigações sobre a suspeita de envenenamento do ex-presidente Eduardo Frei. Ele disse ainda que solicitação semelhante foi encaminhada sobre a morte de Allende. Oficialmente, a versão é que Allende suicidou-se.
Na passagem pelo Chile, a exemplo do que ocorreu na visita ao Brasil durante conversa com a presidenta Dilma Rousseff, Obama e Piñera se determinaram a ampliar parcerias nas áreas de energia limpa, ciência e tecnologia, educação e segurança. Ambos negociam ainda o aprofundamento do acordo bilateral de livre comércio.
Segundo Obama, não há outro país mais ligado aos Estados Unidos, na América Latina, do que o Chile. Obama esteve ontem (21) em Santiago, depois de passar dois dias no Brasil – inicialmente em Brasília, depois no Rio de Janeiro. Hoje ele encerra a visita à América Latina em El Salvador.
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