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Mais 100 corpos são encontrados na Costa do Marfim nas últimas 24 horas

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

08/04/2011 08h22

Investigadores da ONU acharam mais de 100 cadáveres nas últimas 24 horas no oeste da Costa do Marfim, informou nesta sexta-feira o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

"Mais de 100 corpos foram encontrados nas últimas 24 horas em três pontos do oeste" da Costa do Marfim, declarou o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville.

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Segundo o funcionário, as vítimas podem ter sido assassinadas por razões "étnicas". São "más notícias" para a Costa do Marfim, declarou Colville.

Os mortos apoiavam o ex-presidente Laurent Gbabgo e teriam sido assassinados durante os dias 28 e 29 de março quando as forças do presidente eleito, Alassane Ouattara, tomaram o controle dessa cidade, disse o porta-voz.

Os últimos cem corpos foram descobertos nas últimas 24 horas, o que eleva o número total para 244 vítimas, acrescentou Colville, dizendo que algumas destas pessoas tinham sido queimadas vivas.

"Abidjã, com cinco milhões de habitantes, está ameaçada pela falta de produtos para o tratamento de água, o que poderia levar a que no próximo domingo falte água potável", disse, por sua vez, Elizabeth Byrs, porta-voz do Escritório de ajuda humanitária da ONU (Ocha).

Segundo ela "muitos hospitais e clínicas simplesmente pararam suas atividades, e os que não fecharam, não têm médicos suficientes, remédios nem outros materiais básicos". Byrs disse que a assistência humanitária em Abidjã é mínima devido à falta de acesso e ao perigo.

Por sua vez, o porta-voz da Organização Internacional das Migrações (OIM), Jean-Philippe Chauzy, assinalou que não se tem notícias de cerca de 3.000 imigrantes malinenses, entre eles muitas mulheres e crianças, que estavam há duas semanas refugiados no porão da embaixada de Mali, sem água nem eletricidade.

Algumas informações do começo desta semana tinham indicado que muitos destes imigrantes tinham sido feridos por balas ou por golpes de facão em ataques realizados por homens armados partidários de Gbabgo.

A OIM também está preocupada com a sorte de cerca de 450 mauritanos que se refugiaram em sua embaixada em Abidjã.

Ontem, em pronunciamento na TV estatal marfinense, o presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, disse que ordenou um bloqueio militar em torno da casa do líder Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder e a reconhecer a derrota nas eleições presidenciais de 2010, e prometeu um "retorno gradual à normalidade" e a "retomada das atividades econômicas" no país a partir de sexta-feira. No entanto, Gbagbo voltou a reafirmar que não tem intenção de deixar o cargo.

*Com agências internacionais