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Presidente marfinense diz, na TV, que vai zelar pela integridade física de rival detido

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

11/04/2011 18h04

O presidente marfinense Alassane Ouattara afirmou, em pronunciamento a seu canal de televisão TCI, que vai assegurar a integridade física de seu rival político Laurent Gbagbo que se encontra detido no Golf Hotel de Abidjan, sede provisória do governo.

"Ele receberá um tratamento digno e todos os seus direitos serão respeitados", assegurou, em sua primeira declaração após a prisão de Gbagbo.

Ouattara também disse que o ex-presidente e sua mulher, Simone, serão processados pelo Estado. "Pedi para o ministro dos Direitos Humanos que inicie um processo judicial contra Gbagbo, sua mulher e seus partidários", afirmou.

O presidente agradeceu ao povo da Costa do Marfim e pediu para que a população esqueça a vingança e a violência. "Expresso minha vontade de estabelecer a paz e de formar uma comissão de reconciliação que irá documentar os massacres, os crimes e todas as violações de direitos humanos", disse.

Entenda a crise na Costa do Marfim

Para Ouattara, o país está iniciando novos tempos de prosperidade. "Depois de mais de quatro meses de crise, aqui estamos, entrando em uma era de esperança", falou.

O presidente da Costa do Marfim fez um apelo especial para os jovens, que se uniram a milícias e espalharam violência pelo país. "Sua luta não tem mais significado. Peço para largarem as armas", pediu.

Segundo Ouattara, a polícia e as forças de segurança do país irão garantir a proteção às pessoas e às propriedades da Costa do Marfim. 

No fim do discurso, o presidente voltou a pedir o fim da violência e dos ressentimentos. "Juntos vamos escrever nossa história, em reconciliação e perdão", encerrou.

EUA comemoram prisão de Gbagbo

A captura do ex-homem forte da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, envia um recado a todos os ditadores de que não podem ignorar as vozes de seus povos, afirmou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

A prisão de Gbagbo "envia um forte recado aos ditadores" da região no sentido de que "não deveriam ignorar" as vozes de seus povos, que pedem eleições livres e justas, disse Hillary, completando que haverá "consequências para aqueles que se agarrarem ao poder".

A secretária de Estado elogiou "o governo e o povo da França e outros membros da comunidade internacional, que trabalharam diligentemente para garantir a segurança de longo prazo ao povo marfinense nesta crise".

Hillary pediu a todos os marfinenses que mantivessem a calma e contribuíssem para a "construção de um futuro pacífico para seu país".

"O trabalho duro começa agora", disse Hillary, assegurando que os Estados Unidos querem trabalhar com o líder marfinense reconhecido pela comunidade internacional, Alassane Ouattara, para que implemente seu plano de reconciliação, desenvolvimento econômico e recuperação.

As forças de Ouattara capturaram Gbagbo nesta segunda-feira em Abidjan, depois de uma crise de cinco meses iniciada quando o ex-líder negou-se a ceder o governo depois de ter perdido as eleições de novembro passado.

A vitória eleitoral de Outtara no segundo turno realizado em novembro passado foi reconhecida por quase toda a comunidade internacional.