Netanyahu se diz disposto a fazer "concessão dolorosa" pela paz, mas rechaça fronteira de 1967
![O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, discursa no Congresso dos Estados Unidos - Jason Reed/Reuters](https://n.i.uol.com.br/noticia/2011/05/24/binyamin-netanyahu-1306254132938_300x420.jpg)
Em um discurso firme, diante do Congresso dos Estados Unidos, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que está disposto a fazer uma "concessão dolorosa" pela paz entre Israel e Palestina.
Netanyahu defendeu a criação de um Estado palestino, mas disse que, para isso, os palestinos precisam aceitar e reconhecer Israel como um Estado judeu. "Mahmoud Abbas precisa dizer para seu povo 'eu vou aceitar um Estado judeu'. Estas seis palavras mudarão a história", afirmou.
Segundo o premiê, "Israel será generoso quanto ao tamanho do Estado palestino, mas somos firmes quanto o posicionamento da fronteira", disse. "Não voltaremos às fronteiras de 1967", completou.
Na configuração defendida por Netanyahu, Jerusalém seria exclusivamente a capital de Israel.
O primeiro-ministro de Israel não mediu palavras quando criticou o Hamas e disse que o grupo é "a versão palestina da Al Qaeda". "Abbas, acabe com seu pacto com o Hamas. Negocie a paz com um Estado judeu", afirmou em mensagem direta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Para o premiê, os judeus não ocuparam a região "como os britânicos fizeram na Índia ou os belgas fizeram no Congo". Netanyahu disse que nos dois últimos anos, a Palestina cresceu e sua economia melhorou muito. "Tudo isso sem paz. Imagina o que podemos conseguir com paz."
Netanyahu defendeu a longa amizade entre Estados Unidos e Israel e celebrou as manifestações pró-democracia no mundo árabe, como os movimentos que derrubaram os ditadores do Egito e da Tunísia.
"Israel não tem amigo melhor do que os Estados Unidos. E os Estados Unidos não têm um amigo melhor do que Israel. Nós estamos unidos na defesa da democracia, da paz e da luta contra o terrorismo", afirmou, para uma plateia de deputados e senadores que, constantemente, se levantava para aplaudi-lo.
Quando, no meio do discurso, uma manifestante começou a gritar em defesa da Palestina, Netanyahu aproveitou o momento para dizer que aquilo só podia acontecer porque todos estavam em um país livre. "Você não pode protestar em um Congresso falso, como o de Teerã", disse.
Netanyahu aproveitou para defender seu país e disse que Israel é a grande democracia do Oriente Médio. "Somente os árabes que vivem em Israel são realmente livres. Israel é o que está certo no Oriente Médio", afirmou.
Palestinos veem obstáculo para a paz
O posicionamento apresentado pelo primeiro-ministro israelense para encerrar o conflito com os palestinos colocou "mais obstáculos" diante do processo de paz no Oriente Médio, disse um porta-voz do presidente palestino.
"O que veio no discurso do Netanyahu não vai conduzir à paz", disse à agência de notícias Reuters Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente Mahmoud Abbas, após o discurso de Netanyahu ao Congresso dos Estados Unidos.
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