Após quase dois anos de exílio, Zelaya voltará anistiado a Honduras no sábado
Depois de quase dois anos de negociações envolvendo a comunidade internacional, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, retorna no próximo sábado (28) para seu país. O Brasil enviará o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, como representante na recepção a Zelaya, em Tegucigalpa.
“Vou lá, simplesmente, acompanhar essa missão de funcionários latino-americanos e, com isso, celebrar o acordo pelo qual nós estamos lutando há tanto tempo”, afirmou Garcia, na entrevista coletiva concedida pelos chanceleres Antonio Patriota, do Brasil, e Trinidad Jiménez, da Espanha, no Palácio do Itamaraty.
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Com o regresso de Zelaya a Tegucigalpa, a Organização dos Estados Americanos (OEA) discutirá no próximo dia 1º, em assembleia extraordinária, em Washington, a reintegração de Honduras ao órgão. O país foi suspenso em outubro de 2009, depois do golpe de Estado que depôs o então presidente.
Para Garcia, os processos que envolvem o retorno de Zelaya e a reintegração de Honduras à OEA são associadas ao imediato reconhecimento do governo do presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo. “Acho que em seguida [à chegada de Zelaya a Tegucigalpa], Honduras será reintegrada à OEA [referindo-se à assembleia em Washington]”, disse ele.
Em 28 de junho de 2009, o presidente Zelaya foi deposto por representantes das Forças Armadas, da Suprema Corte e do Parlamento. O ato foi considerado um golpe de Estado pela OEA, pelo Brasil e por outros países do continente. Meses depois, o presidente deposto pediu abrigo à Embaixada do Brasil em Honduras, onde permaneceu até a eleição de Pepe Logo.
Desde então, Zelaya vive exilado na República Dominicana. Como parte das negociações para o retorno de Zelaya, a Justiça de Honduras anulou, em maio, os processos de corrupção contra o ex-presidente. O acordo assinado ontem foi mediado pelos governos da Colômbia e da Venezuela.
A anistia a Zelaya e o retorno dele ao país, sem risco de punição, são as principais exigências dos integrantes da OEA para aceitar a reincorporação de Honduras à organização.
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