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Embaixador iraniano diz que país jamais abandonará programa nuclear

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

09/11/2011 05h42

O embaixador iraniano para a ONU, Alí Asghar Soltaniyeh, afirmou nesta quarta-feira (9) que o Irã “jamais” abandonará seu programa nuclear, mas continuará cooperando com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apesar de seu último relatório.

O Irã “jamais abandonará seus direitos legítimos” na questão nuclear, mas, como “país responsável”, seguirá “respeitando suas obrigações com relação ao Tratado de não Proliferação Nuclear”, que prevê a supervisão de suas atividades pela AIEA, afirmou  Soltaniyeh, de acordo com a agência oficial iraniana “IRNA”.

A AIEA, agência sediada em Viena que conduz há oito anos uma investigação acerca do programa nuclear iraniano, divulga com este relatório, pela primeira vez, uma série de elementos que reforçam as suspeitas ocidentais sobre o alcance militar dessas ações.

"A agência tem sérias preocupações com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã", afirmou a AIEA, que se baseou em suas inspeções e em dados "confiáveis" fornecidos por outros países.

A agência afirma ter "fortes indicações" de que o Irã foi assistido por um especialista estrangeiro no desenvolvimento de um sistema de detonação que seria destinado a armamento nuclear.

O Irã estimou na terça-feira (8) que o relatório da AIEA que revela informações sobre a tentativa de Teerã de obter a bomba nuclear "não tem fundamentos". A agência oficial de imprensa do Irã já havia reagido anteriormente ao relatório, afirmando que "nenhuma das alegações é nova".

Um alto funcionário dos Estados Unidos afirmou que o Irã deve responder às preocupações manifestadas pelos técnicos da missão das Nações Unidas e assinalou que seu país consultará seus sócios sobre eventuais medidas "adicionais" para pressionar o governo iraniano.

Outra autoridade americana completou que esse relatório confirmava "as sérias preocupações" expressadas por Washington, fundamentalmente acerca do desenvolvimento por parte do Irã de um aparato explosivo nuclear em meio a um "programa estruturado" pelo Ministério da Defesa entre o fim dos anos 1990 e 2003.

*Com informações da agência AFP