Putin é declarado oficialmente presidente eleito da Rússia

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, foi proclamado oficialmente presidente eleito da Rússia, após ganhar as eleições presidenciais de domingo (4), nesta quarta-feira (7), segundo informações da Comissão Eleitoral Central (CEC).

Putin, 59, segundo os dados oficiais, ganhou em primeiro turno as eleições com 63,6% dos votos, ou mais de 45,6 milhões.

O primeiro-ministro, que já exerceu o cargo de chefe de Estado durante oito anos (2000-2008), assumirá o governo em maio por um período de seis anos. Uma reforma constitucional feita em 2009 aumentou o mandato presidencial em dois anos.

Durante os próximos dois meses, Dmitri Medvedev segue no cargo e, possivelmente, ele será o primeiro-ministro do governo de Putin.

O segundo candidato mais votado foi o comunista Guennadi Ziugánov, com 17,18%; em terceiro ficou o milionário Mijaíl Prójorov, uma supresa no resultado das eleições, com 7,98%. O veterano ultranacionalista Vladímir Yirinovski recebeu 6,22% e ficou em quarto lugar. Por último, aparece o socialdemocrata e ex-presidente do Senado Serguéi Mirónov, com 3,85%.

A CEC informou que das 465 denúncias de irregularidades apenas 60 se mostraram verdadeiras, em sua maioria relacionadas com propaganda pré-eleitoral e a formação de comissões eleitorais, segundo a agência Interfax.

Putin afirmou sobre as irregularidades na votação que “provavelmente elas aconteceram, mas que poderiam influenciar em um porcentual muito pequeno, chegando ao máximo, em 1%”. “Não se coloca 45 milhões de pessoas em um ônibus. Há coisas que não podemos discutir”, disse em alusão ao mecanismo de fraude conhecido como “carrossel”, quando a mesma pessoa vota em vários colégios de uma vez.

Putin pediu para a oposição não parlamentar “escutar a voz do povo”, diante da negativa de reconhecer o resultado das eleições presidenciais.

Na segunda-feira (5), milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a eleição de Putin. Líderes da oposição disseram que 20 mil pessoas se reuniram na praça Pushkin, em Moscou, cenário de protestos de dissidentes durante o regime soviético. Eles pediram a repetição das eleições e a abertura do sistema político moldado por Putin em seus 12 anos de hegemonia política (de 2000 a 2008 como presidente, e desde então como premiê). Mais de 500 manifestantes foram presos durante os protestos. (Com agências internacionais)