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Família de médico preso por ajudar a capturar Bin Laden pede proteção aos EUA

Dois irmãos do médico Shakil Afridi, que colaborou com a CIA para localizar Osama Bin Laden no Paquistão, em 2011, durante entrevista com jornalistas. Eles pedem proteção aos EUA - Mohammad Sajjad/AP
Dois irmãos do médico Shakil Afridi, que colaborou com a CIA para localizar Osama Bin Laden no Paquistão, em 2011, durante entrevista com jornalistas. Eles pedem proteção aos EUA Imagem: Mohammad Sajjad/AP

Do UOL, em São Paulo

29/05/2012 15h55

O irmão do médico Shakil Afridi, que colaborou com a CIA para localizar Osama Bin Laden no Paquistão, em 2011, pediu nesta terça-feira (29) que os Estados Unidos ofereçam proteção para toda a família de Afridi. Segundo ele, a família teme represálias das autoridades paquistanesas.

"Meu apelo é que o governo dos Estados Unidos dê ao doutor Shakil e a nós -- seus irmãos e irmãs -- proteção total", disse Jamil Afridi, irmão mais velho do médico, em entrevista à rede de TV americana "NBC", na cidade de Peshawar.

O governo americano diz que está em negociação com o médico e as autoridades paquistanesas, mas ainda não apresentou nenhum plano de proteção para a família de Afridi.

Na última quarta, o cirurgião Shakeel Afridi foi condenado a 33 anos de prisão por um tribunal de seu país, por ter ajudado a CIA a encontrar Bin Laden, assassinado há mais de um ano por um comando dos Estados Unidos no norte do Paquistão. Shakil foi preso nas semanas seguintes à morte de Bin Laden, em Abbottabad, no Paquistão. O médico teria coordenado uma falsa campanha de vacinação para conseguir entrar na casa do líder da Al Qaeda e confirmar seu paradeiro.

Jamil afirma que as acusações contra o irmão são "falsas" e que ele "jamais faria algo contra os interesses nacionais do Paquistão".

"Durante um ano, nós não tinhamos ideia do que teria acontecido com Shakil, se ele estava vivo ou morto. Agora eles dizem que ele está no Centro de Detenção em Peshawar, mas não somos autorizados a vê-lo", reclama Jamil.

Para os Estados Unidos, a condenação do médico "não colabora" para a melhoria da relação entre Paquistão e Estados Unidos. "É perturbante ver a condenação desse médico por ter ajudado a rastrear o terrorista mas tristemente conhecido de nosssa época. Esse doutor não trabalhava contra o Paquistão, e sim contra a Al-Qaeda", disse o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, ao canal de TV "ABC".