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Rebeldes dão prazo de 48 horas para governo sírio cumprir plano de paz de enviado da ONU

Do UOL, em São Paulo

30/05/2012 15h06

O líder do Exército Livre da Síria disse nesta quarta-feira (30) que os rebeldes darão um prazo de 48 horas para que o governo do presidente sírio Basahr Al-Assad cumpra o plano de paz proposto pelo enviado da ONU e da Liga Árabe ao país, Kofi Annan.

Em um vídeo enviado à agência de notícias Efe, os rebeldes pedem que as forças de segurança do regime cessem o fogo até o meio-dia de quinta-feira (31).

Além disso, os rebeldes pedem  ainda a retirada de tanques e de armamento pesado das cidades sírias ocupadas pelas forças de segurança, a libertação dos presos políticos e a entrada de ajuda humanitária e dos meios de comunicação no país.

"Não há nenhuma justificativa para continuar respeitando unilateralmente a trégua já que Assad a sepultou junto ao massacre", diz o comunicado assinado pelo porta-voz do Exército Livre, Qasem Saad Eddine.

"O regime é a única fonte de terrorismo e de violência, e que por sua vez gera organizações terroristas, e nosso dever é defender e proteger os civis", completou o coronel ao ler o comunicado.

Os rebeldes encerraram o comunicado pedindo o início de "negociações sérias e verdadeiras" com a mediação da ONU para entregar o poder ao povo. 

Nesta quarta-feira (30), a missão de observadores da ONU na Síria (UNSMIS) denunciou um massacre na província síria de Deir Zur, no leste do país, onde foram encontrados os corpos de 13 pessoas.

"Todos os cadáveres tinham suas mãos amarradas nas costas e parecia que alguns tinham recebido disparos na cabeça a curta distância", disse a porta-voz da UNSMIS, Susan Ghosheh, em comunicado.

A descoberta acontece poucos dias depois de um massacre deixar 108 mortos em Houla e gerar uma crise diplomática entre a Síria e a comunidade internacional. Países da União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Austrália, entre outros, expulsaram os embaixadores da Síria de seus países.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU realizará uma sessão especial sobre a Síria na sexta-feira (1º) para investigar as mortes em Houla. China e Rússia, aliados da Síria e que têm o poder de vetar quaisquer sanções da ONU, recusaram-se a culpar as forças leais a Assad pelos assassinatos em Houla, o que veta qualquer possibilidade do Conselho impor medidas duras sobre o governo sírio. (Com EFE e Reuters)