França: extrema direita vence, mas sem maioria para governar, diz pesquisa
A última pesquisa de intenções de votos antes da eleição na França, neste domingo, confirma que a extrema direita pode vencer o pleito. Porém, sem garantir um número suficiente de assentos na Assembleia Nacional para ter maioria e, assim, nomear um primeiro-ministro.
Veja o que aponta a pesquisa Ipsos-Talan realizada nos dias 3 e 4 de julho com 10 mil eleitores:
- Reunião Nacional: entre 170 e 205 assentos no Legislativo;
- Nova Frente Popular: entre 145 e 175 assentos;
- Coalizão Presidencial: entre 118 e 148 assentos.
O resultado, se confirmado, mostraria um salto inédito para a extrema direita, que dobraria de tamanho dentro do Legislativo e passaria a ser a maior força política. Contudo, distante ainda dos 289 assentos que precisaria para alcançar a maioria absoluta.
Marine Le Pen, chefe da extrema direita, afirmou nesta manhã à imprensa que ainda acredita na possibilidade de seu movimento político atingir um resultado que garanta a formação de um governo, algo que seria inédito na França desde a Segunda Guerra Mundial.
A previsão, portanto, é de uma Assembleia fragmentada e um período de difícil governabilidade. Mas a projeção também revela que o pacto fechado pelas diferentes forças políticas francesas para impedir a formação de um governo de extrema direita poderia funcionar.
Faltando poucos dias para a votação, a intenção de voto continua extremamente alta, entre 66% e 70%, em comparação com os 66,7% de comparecimento no primeiro turno. O segundo turno da eleição ocorre sob clima de tensão, com mais de 50 casos de ataques contra candidatos.
Como foi o primeiro turno
O presidente francês Emmanuel Macron convocou as eleições após ver a extrema direita vencer o pleito para o Parlamento Europeu, no mês passado. Sua aposta seria de que os franceses não repetiriam em âmbito nacional o mesmo padrão de votos que na eleição europeia.
No primeiro turno realizado no final de semana passado, porém, a Reunião Nacional obteve seu melhor resultado e ficou próximo de formar um governo. Se a vitória fosse absoluta, o nome escolhido para o posto de primeiro-ministro seria o de Jordan Bardella, de apenas 28 anos.
Num pacto, candidatos de outros partidos chegaram a um acordo para desistir de suas campanhas para permitir que houvesse uma coalizão contra a extrema direita.
A pesquisa indica que a estratégia pode funcionar.
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