Funeral de Thatcher preocupa polícia e causa mal-estar no parlamento britânico
A polícia e o serviço secreto britânico criaram um comitê para garantir a segurança do funeral da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, morta na segunda-feira (8), aos 87 anos, vítima de um derrame. A medida leva em conta os inúmeros protestos e festas realizados em Londres desde então. Em vários deles, era possível ver cartazes com inscrições “A vadia está morta” e “A bruxa está morta”.
O cortejo fúnebre, cujo nome oficial é "Operação True Blue" e acontecerá na próxima quarta-feira (17), levará o caixão com o corpo de Thatcher do bairro de Westminster até a catedral de St. Paul, no centro da cidade. A rainha Elizabeth e seu marido, o príncipe Philip, quebrarão o protocolo e estarão presentes. A última vez que a monarca compareceu ao funeral de um primeiro-ministro foi quando Winston Churchill morreu, em 1965.
O comitê, que também tem representantes do governo, ainda não informou qual será o efetivo usado no dia. Mas, segundo a BBC, já foi decidido que o trânsito ficará interrompido durante todo o trajeto, que será acompanhado por militares das três forças armadas, inclusive militares da reserva que lutaram na Guerra das Malvinas, nos anos 80.
Thatcher, também conhecida como “dama de ferro”, comandou o país entre 1979 e 1990. Ela foi a primeira mulher a chefiar o governo do Reino Unido e se tornou um ícone do conservadorismo europeu -- o que a tornou extremamente impopular entre grupos de esquerda.
Segundo o jornal The Guardian, o esquema policial visa a conter protestos de simpatizantes da extrema-esquerda e dissidentes republicanos irlandeses. A Polícia Metropolitana de Londres afirmou que não impedirá manifestações, mas fez um apelo para que os grupos que estejam planejando protestos avisem aos órgãos de segurança
O ex-primeiro ministro britânico Tony Blair chamou as manifestações de “mau gosto”, mas o deputado trabalhista John Healey causou mal-estar ao boicotar nesta quarta-feira (10) a homenagem à Thatcher realizada no parlamento britânico.
Segundo Healey, o primeiro-ministro inglês David Cameron está usando o episódio para ter “ganho político” sem levar em conta um legado que foi “muito amargo para justificar o luto nacional”, segundo o jornal britânico The Guardian. Healey mostrou-se contra os gastos do governo com o funeral da ex-primeira-ministra.
O funeral da ex-mandatária terá um custo calculado em oito milhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 24,2 milhões), e as despesas serão pagas pelo Estado.
Manifestantes chegaram a lançar uma petição online em um site do governo pedindo por um funeral privatizado como "uma maneira ideal de cortar gastos do governo e ainda provar os méritos da economia liberalizada liderada pela baronesa Thatcher". A petição tinha 34 mil assinaturas até ser encerrada, sem explicações, na manhã desta quarta-feira. (Com agências internacionais)
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