Família de suspeito de estupros nos EUA pede perdão e diz viver "um pesadelo"

A família de Ariel Castro, 52, denunciado por sequestro e estupro de três mulheres mantidas presas em sua casa em Cleveland, Ohio (EUA), por dez anos, diz estar devastada com as acusações. Sua mãe Lillian Rodriguez disse que seu filho "é doente", enquanto os filhos Arlene Castro, 22, e Anthony Castro, 31, afirmam sentir vergonha e dizem ser favoráveis a prisão do pai.

"Estou muito desapontada, com vergonha, devastada por toda essa situação", disse Arlene em entrevista ao programa "Good Morning America", da rede ABC News, na quinta-feira (9). A jovem disse que nunca desconfiou do pai e que eles nunca foram muito próximos.

"Eu não tinha ideia [dos sequestros]. Eu e meu pai nunca fomos muito próximos. Toda vez que falávamos eram conversas muito curtas, somente um 'oi, como você está, me diga se precisar de algo", disse.

"Sinto muitíssimo"

Ao ser questionada se conhecia a menina Jocelyn, 6, filha de Ariel com Amanda Berry, 26, nascida durante o cativeiro, Arlene disse que "nunca tinha visto a criança". O parto foi feito em uma piscina inflável e a jovem teve de contar com a ajuda de outra sequestrada, Michelle Knight, 32.

Arlene era amiga de Georgina DeJesus, 23, a última a ser raptada por Ariel quando tinha 14 anos. Ao falar sobre Gina, como a garota era conhecida no bairro, a jovem pediu desculpas e chorou.

"Eu sinto muitíssimo. Queria muito encontrar Gina e queria que ela conhecesse meus filhos", disse.

Em uma entrevista dada a um programa local sobre desaparecidos em 2004, Arlene contou que, no dia do desaparecimento, ela e Gina haviam combinado de irem à casa da amiga no fim da tarde.

Para avisar a mãe por telefone, Gina emprestou US$ 0,50 à Arlene para fazer a ligação. Com a negativa da mãe de Arlene, o programa foi desfeito e Gina voltou para casa a pé porque não teria mais dinheiro para pegar um ônibus. Andando pela rua, ela foi presa fácil de Ariel Castro.

"Ele é doente"

Lillian Rodriguez, mãe de Ariel Castro, também se mostrou muito abalada com as acusações contra o filho. Também na quinta-feira, chegou a dizer que o filho é doente ao responder uma repórter enquanto saia de casa com o carro.

"Tenho um filho doente que cometeu algo muito grave. Estou sofrendo muito. Peço perdão às mães delas [das reféns] e que essas jovens possam me perdoar. Eu sofro porque elas sofreram. Estou sofrendo pela dor do meu filho. Meu filho é doente e eu não tenho nada a ver com o que meu filho fez", disse muito emocionada.

Anthony Castro, 31, filho de Ariel, disse em entrevista ao site britânico "Daily Mail" que o pai se aproveitou da confiança de Gina, que o conhecia como pai de Arlene, para sequestrá-la. ?Isso faz você entender como ela desapareceu sem nenhum registro. Se ela fosse forçada a entrar no carro alguém teria visto?, disse.

"É um pesadelo"

Na mesma entrevista, o filho lembra que vários ambientes da casa do pai viviam trancados, embora tivesse pouco contato com ele. Sua mãe Grimilda Figueroa se separou de Ariel em 1996, depois de anos de violência doméstica.

"A casa estava sempre trancada. Havia lugares onde nunca podíamos ir. Havia cadeados no porão, no sótão e na garagem", disse.

Para Anthony, se for comprovado o envolvimento do pai nos crimes, ele merece prisão perpétua.

"Ele merece ficar atrás das grades pelo resto da vida. Estou agradecido por elas estarem vivas", disse.

"A única coisa que eu posso expressar é um tremendo nível de choque. Está além da compreensão o que aconteceu com aquelas garotas. É um pesadelo. Sinto-me tão horrível por elas", conclui.

Família tenta entender

Maria Castro-Montes, prima de Ariel Castro, também se desculpou pelos crimes em nome da família em entrevista para à ABC News.

"Nós sentimos as suas dores. Sinto-me horrível por essas famílias terem perdido suas filhas por tantos anos", disse.

"Sua irmã está devastada. Ele tem filhos e netos. Todas essas pessoas estão tentando entender como o homem que eles amam, que eles admiravam, que eles beijavam e abraçavam e dividiam suas vidas com... eles não podiam imaginar como isso aconteceu?. (Com jornais internacionais)