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Um ano após de ser libertada, jovem perdoa Ariel Castro

Michelle Knight,  uma das sequestradas durante 10 anos com outras duas mulheres que foram libertadas em 2013 em Cleveland, Ohio (EUA) - Aaron Josefczyk/Reuters
Michelle Knight, uma das sequestradas durante 10 anos com outras duas mulheres que foram libertadas em 2013 em Cleveland, Ohio (EUA) Imagem: Aaron Josefczyk/Reuters

Em Washington

06/05/2014 11h23

 Depois de permanecer presa por mais de dez anos em uma casa em Cleveland, Ohio, onde foi amarrada a correntes, violentada e torturada, a jovem norte-americana Michelle Knight afirmou em entrevista ontem (5) que perdoou seu raptor, Ariel Castro. "Se eu fizesse algo de mal, mesmo que se tratasse de algo pequeno, eu também queria que me perdoassem. Assim é a vida", disse a jovem em entrevista a NBC.   

Hoje (6) faz um ano que elas foram descobertas e libertadas da casa de Castro. A liberdade veio através de um descuido do sequestrador, em que uma das mulheres conseguiu pedir ajuda. As três jovens haviam sido raptadas em momentos diferentes nos anos de 2002 e 2004 e eram submetidas a atos violentos contínuos. E, por causa dessa violência, uma delas, Amanda teve uma filha que foi libertada juntamente com a mãe. Michelle sofreu diversos abortos causados por Castro, que a privava de alimentação. O sequestrador, que era motorista de um ônibus escolar, foi preso e condenado a mais de dois mil anos de pena, mas ele foi encontrado enforcado na sua cela em setembro de 2013. Michelle ainda falou sobre os sentimentos confusos que ainda sente sobre Castro. "Fiquei triste, mas confusa ao mesmo tempo quando ele morreu. Ele era um ser humano e todo ser humano necessita ser amado, mesmo se alguém faz o mal", disse a jovem. Atualmente, Michelle mudou a cor dos cabelos e revelou que não tem muito contato com as outras vítimas, afirmando que "agora cada uma está se curando da sua maneira e, às vezes, as relações - incluindo as amizades - não duram muito. Quem sabe um dia voltaremos a estar juntas".   


Pela data tão significativa, hoje será lançado um livro escrito por ela, o "Finding Me" (algo como encontrando a mim mesma, em tradução livre), em que relata seu cativeiro. Michelle mudou legalmente seu nome para Lilian Rose Lee, para simbolizar o nascimento de sua nova vida e querem que a chamem de "Lily".   

Além disso, ela contou que tenta desfrutar a vida cantando e tendo aulas de boxe. Disse também que sua vida está maravilhosa agora. Segundo ela, o que mais a motivou a sobreviver ao cativeiro foi o amor por seu filho, que agora tem 14 anos. Os pais adotivos da criança acreditam que ainda é cedo que ele conheça a história da mãe biológica, mas Michelle contou que "está feliz com a nova família do filho" Ela ainda revelou que chorava todas as noites enquanto estava presa na "casas dos horrores" de Cleveland e assegurou que está muito bem agora. "Agora posso me levantar de manhã, tomar uma xícara de chá, sentar e assistir televisão, escutar música ou somente olhar para um céu maravilhoso", finalizou Michelle.   

(ANSA)

 

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