Ouvir Snowden sobre espionagem é decisão da Justiça, diz Patriota
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quarta-feira (10) em audiência no Senado que, não exclui a hipótese de recorrer à ajuda do ex-analista da CIA Edward Snowden, para esclarecer a denúncia de espionagem.
Após a audiência, o ministro disse que caberá à Justiça decidir se será necessário ouvir Snowden. “Essa é uma decisão que vai ser da Justiça, como e quando são ouvidos os diferentes atores que podem proporcionar elementos importantes nesta questão.”
Patriota disse que soube pela imprensa que Snowden teria aceitado a oferta de asilo político da Venezuela, mas acrescentou que não tem nenhuma informação privilegiada sobre isso.
Indagado se as relações entre o Brasil e os Estados Unidos sofrerão alguma mudança por conta desse episódio, Patriota respondeu que o governo brasileiro atua para “verificar a procedência” da denúncia.
“São relações abrangentes. Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, nós temos diálogo com os Estados Unidos sobre inúmeros assuntos e este tema é um tema que surgiu em função de um cidadão norte-americano, pelos veículos de imprensa, e estamos tentando verificar a procedência.”
Ele afirmou ainda que os esclarecimentos prestados pelo governo americano até agora “não foram satisfatórios” e que o grupo interministerial criado para investigar o caso estuda sobre quais quesitos adicionais serão pedidas informações aos Estados Unidos.
Durante a audiência, indagado se o Brasil cogitaria dar asilo político a ele para facilitar a investigação sobre o tema, Patriota disse que as tratativas com a Venezuela já estão avançadas.
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“A informação de que disponho é que a Venezuela ofereceu asilo e o sr. Snowden aceitou e já estão em andamento as tratativas para ele se trasladar até o território”, afirmou.
“É relevante, pertinente e continuaremos monitorando essa situação para vermos como isso poderá ocorrer.”
O ministro disse ainda que, se ficar confirmado que havia escutas do governo americano em postos diplomáticos do Brasil, isso seria "inaceitável" e configuraria "flagrante violação" de sigilo.
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