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Patriota critica falta de organização internacional para frear violência na Síria

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

22/08/2013 14h13Atualizada em 22/08/2013 15h03

Durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (22) na Câmara dos Deputados, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que a comunidade internacional não conseguiu se organizar a tempo de impedir escalada de violência na Síria.

“A situação na Síria já se caracteriza por um padrão de violência e destruição que se tornou alvo de grande preocupação internacional, ao mesmo tempo em que a comunidade internacional não consegue se organizar de forma eficaz para dar um basta e contribuir para um equacionamento diplomático, político, pela via do diálogo e da paz”, destacou o chanceler.

Na quarta-feira (21), mais de mil pessoas morreram em um suposto ataque com armas químicas perpetrado em vários distritos da periferia de Damasco, conforme denúncia apresentada pela Coalizão Nacional Síria (CNFROS) em um comunicado.

Para Patriota, a confirmação do uso de armas químicas daria uma dimensão ainda mais preocupante ao conflito já instalado naquele país. “A confirmação do uso de armas químicas traz uma nova dimensão, ainda mais preocupante e grave, ao conflito que se caracteriza pela brutalidade que nos preocupa gravemente.”

O chanceler defendeu ainda que sejam feitas investigações independentes do governo sírio sobre as denúncias de uso das armas químicas.

“A presidência do Conselho de Segurança [da ONU] recomendou investigação independente”, afirmou. “Existe uma missão das Nações Unidas que poderá, esperamos, ser autorizada a proceder com as investigações”, completou.

Patriota ainda pediu cautela na hora de apontar possíveis responsáveis pelos ataques antes de qualquer confirmação. "Talvez seja precipitado concluir se foi um lado ou o outro", disse.

A exemplo do Brasil, a França também cobrou da comunidade internacional um reação ao conflito sírio.

O governo francês, no entanto, foi além: defendeu o uso da força contra o governo sírio caso seja comprovado que a responsabilidade deles pelos supostos ataques químicos contra civis.

Mais cedo, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, cobrou do governo sírio a liberação de inspeção do local por agentes da organização.