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Senador boliviano recebe abrigo em casa de advogado no DF e diz amar o Brasil

O senador boliviano Roger Pinto Molina acena para público, ao lado do seu advogado Fernando Tibúrcio, na porta da casa do advogado no Lago Norte, área nobre de Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em Brasília

26/08/2013 17h57Atualizada em 26/08/2013 18h24

O senador boliviano Roger Pinto Molina, que chegou ao Brasil no sábado (24) em operação feita à revelia do Itamaraty, está abrigado na casa do advogado Fernando Tibúrcio Peña, seu defensor, situada no Lago Norte, área nobre de Brasília.

Por volta de 17h40 desta segunda-feira (26), Molina fez uma breve aparição na janela da residência, acenou e disse: “eu amo o Brasil”. Em seguida, se recolheu. O senador fez mais duas breves aparições para que fotógrafos que chegaram atrasados pudessem o fotografar. Na tarde de amanhã, Molina irá conceder uma entrevista coletiva na Comissão de Relações Exteriores do Senado. 

O senador boliviano desembarcou à 1h10 de domingo (25) no aeroporto internacional de Brasília acompanhado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. O político deixou La Paz em um carro da embaixada brasileira e viajou 1.600 quilômetros até Corumbá (MS), por autorização do chefe de chancelaria, ministro Eduardo Saboia, que substitui temporariamente o embaixador Marcel Biato.

Em seu país, o senador denunciou o envolvimento de autoridades bolivianas com o narcotráfico e é por elas acusado de corrupção e crime ambiental. Ele estava asilado na embaixada brasileira na Bolívia desde 28 de maio de 2012, em condições psicológicas muito ruins, segundo Ferraço e Saboia.

O ministro de Governo boliviano Carlos Romero disse duvidar que Molina tenha fugido da embaixada do Brasil em La Paz em um veículo oficial. Diferentemente de outros representantes de seu governo, Romero afirmou que o episódio deve afetar as relações entre Brasil e Bolivia, mas contemporizou: “certamente afetará, mas isso devemos resolver sempre no âmbito diplomático".

O caso

No fim de semana, o senador boliviano desembarcou em Brasília e agradeceu às autoridades brasileiras. Posteriormente, Molina disse que pretende reconstruir a vida aqui, ao lado de seus familiares.

O Itamaraty disse não ter conhecimento prévio da vinda do político e disse que abrirá um inquérito sobre o caso. Encarregado de negócios em La Paz (espécie de embaixador interino), o diplomata Eduardo Saboia disse ao programa “Fantástico”, da TV Globo, que decidiu trazer Molina ao Brasil porque o político estava deprimindo e correndo risco de vida

Para Ferraço, Molina tem direito a asilo político no Brasil porque estava sendo perseguido pelo governo do seu país e submetido a condições desumanas.

O próprio Molina virá ao Senado nesta terça-feira (27) para relatar o drama que viveu durante 465 dias em um quartinho da embaixada brasileira em La Paz, depois de acusações mútuas entre ele e o governo de Evo Morales.

"(Trazer o opositor ao Brasil) foi um ato de solidariedade humana", afirmou o parlamentar brasileiro.

O governo boliviano também informou que irá apurar o caso, que considera "grave", e pediu explicações ao governo brasileiro.

A comissão deverá em breve ouvir também o ministro Eduardo Saboia sobre o assunto. 

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