Dilma diz que Paraguai no Mercosul fortalece "tecido multilateral" do bloco
Ao receber o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, na sua primeira visita ao Brasil, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira (30) o retorno do país vizinho ao Mercosul.
“Reiterei [ao presidente Cartes] a importância que o Brasil dá à participação do Paraguai ao Mercosul”, disse Dilma.
“Essa participação do Paraguai tem um significado muito importante nesse momento e consideramos que, nós sermos capazes de integrar a Patagônia ao Caribe, me referindo à Venezuela, torna a nossa região com um tecido multilateral muito mais forte”, acrescentou.
Cartes, por sua vez, agradeceu o apoio brasileiro e disse estar seguro de que o seu país terá capacidade de retribuir o suporte do Brasil. Disse ainda que o “Paraguai não quer pedir esmolas, não quer pedir favores, quer sentar na mesa grande”. “O Paraguai goza de um crédito que antes não gozava”, acrescentou.
No encontro, os presidentes trataram ainda de questões energéticas e de fronteiras, além dos programas sociais que cada país mantém.
Dilma fez questão de ressaltar que as relações bilaterais com o Paraguai foram mantidas mesmo o país estando fora do Mercosul. Ela citou a construção de uma linha de transmissão para levar mais energia aos arredores de Assunção, no valor de 320 milhões de dólares, a ser inaugurada em novembro.
“Isso é um símbolo de que tudo o que ocorreu não afetou, [pois] não deixamos que afetasse, as relações concretas que existem entre nossos países. Não prejudicamos a população do Paraguai”, disse Dilma à imprensa após a saída de Cartes.
Temporariamente fora do bloco econômico, o Paraguai foi suspenso em julho de 2012, após a cassação do então presidente Fernando Lugo.
À época, os demais países-membro, Brasil, Argentina e Uruguai, decidiram suspender o Paraguai porque interpretaram a cassação como uma violação da democracia.
Com as eleições paraguaias em abril deste ano, o bloco retirou a suspensão e defendeu a reincorporação desse país ao Mercosul.
No entanto, Cartes, que tomou posse em agosto, ainda não se manifestou formalmente no sentido de voltar ao bloco. Uma das pendências é resolver a questão política que representou a entrada da Venezuela no Mercosul. O seu ingresso foi aprovado no mesmo dia em que foi o Paraguai foi suspenso, único país que ainda não havia referendado a entrada venezuelana.
Depois, mesmo suspenso do bloco, o Senado paraguaio rejeitou a entrada da Venezuela, país que exerce a presidência rotativa do bloco até o final do ano, e agora a questão precisa ser resolvida.
Esta é a segunda visita de Cartes a um país-membro do Mercosul; o primeiro país em que esteve foi a Argentina.
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